sexta-feira, 24 de abril de 2009

Apocalipse 8:1-13 - A Abertura do Sétimo Selo

Com a abertura do Sétimo Selo, termina o desenrolamento de todo o Rolo do Destino e apresenta um desvendamento completo. Fez-se um agoureiro silêncio quase por meia hora. Essa demora simboliza um retardamento do Juízo ou pode também simbolizar dramaticidade e suspense. As hostes celestias permanecem em silêncio, tudo para, querendo ver ansiosamente o fim.

Os Sete Anjos são especiais e conhecidos pelos leitores. A literatura da época chama-os de "Anjos da Presença" conforme vemos nos Livros Apócrifos e canônicos (Tobias 12.15 - I Enoque 81.5 e 20.1-8 - Isaías 63.9 e Lucas 1.19 (Gabriel estava entre eles).

A trombeta é o instrumento preferido dos Livros Apocalípticos para chamar a atenção do homem para Deus (Juízes 6.1-22 - I Crônicas 15.24 - I Reis 1.34,39 - Zacarias 9.14 - Mateus 24.31 - I Coríntios 15.52 - I Tessalonicenses 4.16). Ela era usada frequentemente para reunir os exércitos e para dar ordens. As hostes celestias continuavam em silêncio reverente, em suspense e em oração.

VV 3 a 5 Em Ap. 6.10 os mártires pediam justiça e agoar vemos a resposta de Deus. Deus sempre responde as nossas petições. Às vezes a resposta não é a que esperamos, aquela que gostaríamos, mas com certeza é a melhor. Ela pode ser: sim, não e espere. É comum a expressão no meio cristão "aquela oração não passou do teto"; significando que Deus não ouviu ou não vai atender. Pois bem, Deus ouve todas as nossas orações e as responde na hora, porém de acordo com a vontade dEle. E é sempre bom lembra que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita. (Romanos 12.2).

O incensário de ouro era uma concha ou pá usada para pegar brasas acesas. O incenso tinha uma longa história na adoração. Era usado para chamar a atenção da divindade. O fumo expressava o oferecimento das orações dos santos (cristãos) a Deus.

O anjo colocou o incensário no seu lugar, pegou novamente e encheu com brasas vivas que haviam sido misturadas com as orações.

O fogo é uma figura de julgamento aqui; as orações são ouvidas no Céu e voltam à Terra em forma de julgamento contra os perseguidores dos cristãos.

Os trovões, relâmpagos e o terremoto são avisos de uma grande visita destruidora; é um prelúdio das sete trombetas que vão ser tocadas.

VV 6 e 7 Quando os 4 anjos tocarem as suas trombetas, males terríveis cairão sobre a Terra, causando uma destruição parcial. Os males causados pela primeira trombeta são descrições de calamidades naturais como um agente de destruição contra Roma, a inimiga do Cristianismo. E uma das causas principais da ruina do Império Romano foi de fato uma série de calamidades naturais que levaram o Império ao colapso, tais como: terremoto, erupções vulcânicas e enchentes. A terrível série de "ais" que prenunciavam o fim estava começando.

VV 8 e 9 Saraiva e fogo da primeira trombeta associada com a segunda causaram uma tremenda tempestade (Joel 2.30 e At 2.19)

Em 79 d.C. houve uma erupção vulcânica (vulcão Vesúvio) que destruiu as cidades italianas de Herculano e Pompéia, causando grandes danos em todo o território. É bem provável que este verso 8 tenha feitos todos lembrarem do poder de Deus.

VV 10 e 11 Absitno significa amargura. O amargor e a população causou a morte de muitos homens que beberam das águas (embora o absinto não seja venenoso). A praga afeta a água doce de modo muito sério, porém a limitação das águas (a terça parte) sugere que ainda há tempo para o arrependimento).

V 12 Um terço do dia ficou em trevas e um terço da noite ficou sem luz. Lendo os textos bíblicos de Êxodo 10.21 a 23 - Joel 2.2 e Marcos 13.24, vemos que há uma analogia entre as três primeiras pragas do nosso texto em estudo.

V 13 As 4 primeiras pragas foram sérias porém muito menos do que as que virão. As águias são aves de rapina. Os escritores apocalípticos as usaram em suas figuras de castigo divino (Ezequiel 1.10, 10.14 - Daniel 7.4 e II Baruque 77.19).

Um suspense terrificante é criado com o grito da águia. O ritmo aumenta de tragédia para desastre, de dano para tortura e morte.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Apocalipse 7.1-17 - A Selagem e a Glória dos Cristãos


No capítulo anterior, vimos o Cordeiro abrindo os Seis Selos retratando a destruição dos inimigos de Cristo. De acordo com o nosso raciocínio, o Sétimo selo deveria ser aberto a seguir neste capítulo 7, porém isso não aconteceu, houve um parênteses explicativo para responder uma pergunta que já estava na nossa cabeça: o que acontecerá com os cristãos enquanto estiver em andamento esta obra destruidora? Escaparão ou serão vitimados também?

Então, esse parênteses explica como Deus providenciou a proteção dos cristãos quando for aberto o Sétimo Selo. As forças destruidoras ficarão como que reprimidas até que os santos (cristãos) sejam selados para a proteção e eterna glória. Deus responde também a pergunta de Apocalipse 6.17 "Quem poderá subsistir?"

V1 Ratificando o modo de pensar do homem primitivo com relação à Terra, João viu 4 anjos controlando a intensidade do vento nos quatro cantos da Terra, isto é, controlando o vento em toda a Terra.

Os 4 ventos são novos símbolos dos 4 cavaleiros do capítulo 6 montados nos cavalos branco, vermelho, preto e amarelo (Zacarias 6.1-8).

Os ventos trazem chuvas mas trazem também pragas de locustas prejudiciais à lavoura.

Os ventos aqui simbolizam poderes malignos, de prontidão, mas restritos, pois são impedidos de danificar a Terra, o mar e as árvores (que são mais vulneráveis aos ventos).

VV 2 e 3 - Um quinto anjo surgiu do Leste ( a fonte da luz para iluminar as trevas, fonte de bênção e esperança - Ezequiel 43.2 e Malaquias 4.2).

O anjo trazia o selo de Deus (o ferro de marcar do Deus vivo), provavelmente como um anel de sinete (lacre, carimbo) como os reis usavam (Gênesis 41.42 e Daniel 6.17). O anjo exercia autoridade sobre os outros Quatro Anjos, pois ordenou que retivessem os ventos destruidores até que os servos de Deus fossem selados ou marcados em suas frontes (testas) e assim se tornassem imunes aos males vindouros por intermédio dos Quatro Cavaleiros. (Paulo usa o Espírito Santo como Selo de Deus em nossas vidas, nos dando segurança, identificação e autenticação - II Coríntios 1.22 e 4.30).

VV 4 a 8 - O número 144.000 é o resultado da multiplicação do quadrado de 12 por mil ( 12 x 12 x 1000 = 144.000). Ou 12.000 de cada tribo (12.000 x 12 = 144.000).

O número 144.000 significa um grande número de pessoas, o número da plenitude pois o 12 é o resultado de 3 x 4 ( o número da Perfeição Divina x o número do Mundo Perfeito).

Conforme vimos anteriormente, o 12 simboliza a religião organizada no mundo: 12 tribos de Israel, 12 Apóstolos, as 12 portas da Cidade Santa.

Alguns seguimentos religiosos afirmam que apenas 144.000 pessoas vão se salvar, no entanto, não é assim como pensam. Os 144.000 simbolizam todos aqueles que aceitaram, aceitam e aceitarão a Jesus Cristo como o seu Único e Suficiente Salvador.

A tribo de Judá é mencionada em primeiro lugar porque Cristo é o Leão de Judá e a tribo de Dã é omitida porque uma tradição dizia que o anticristo viria de Dã. A outra hípotese para a omissão da tribo de Dã é o pecado de idolatria cometido por essa tribo "E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de escultura; e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra." Juizes 18.30.

VV 9 e 10 Alguns estudiosos defendem que os 144.000 simbolizavam os cristãos que estavam ainda vivos quando o Apocalipse foi escrito e que esta multidão do versículo 9 simbolizava os cristãos já mortos (muitos martirizados). Preferimos acompanhar outros estudiosos que dizem que a multidão era incontável e os 144.00 estavam incluídos. Esta visão é uma primeira apresentação do estado celestial final de todos os crentes. A multidão era cosmopolita (oriunda de todas as nações, confirmando assim a universalidade do Evangelho.

A multidão está próxima de Deus e de Cristo, o que só era permitido antes somente a seres celestiais. A multidão faz jus a isso porque morreram pelo e no Senhor. Não há vitória maior do que estar na presença de Deus.

A multidão está trajando compridas vestes brancas, que significam a sua pureza e vitória com Cristo prometeu aos cristãos de Sardes em Apocalipse 3:5 e a promessa foi cumprida.
A multidão usa palmas nas mãos, outro emblema de vitória. Ramos de palmeiras eram usados durante a Festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita que durava sete dias. Durante a festa o povo habitava em tendas feitas de ramos (Levítico 23.42).

O povo usou ramos de palmeiras para comemorar a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém (João 12.12-19, Mateus 21.1-11, Marcos 11.1-10 e Lucas 19.29-38). Ali começou a caminhada vitoriosa de Jesus para nos tirar das garras de Satanás para onde Adão e Eva nos empurraram. Jesus fez a Sua parte, só falta você tomar a decisão de segui-lO para que possa estar e ser um dos componentes daquela multidão do verso 9 do texto em estudo.

Os ramos de palmeiras usados pelos vitoriosos celebravam não só a vitória deles mas também a vitória completa do Cordeiro.

A palavra salvação é usada como louvor a Deus e ao Cordeiro pela vitória que eles (os mártires) conseguiram, apesar das perseguições.

VV 11 e 12 - Os anjos formaram um círculo em volta do Trono de Deus, estando presente os anciãos e os Quatro Seres Viventes de Ap. 4.6 e 7: Homem, Leão, Touro e Águia. Eles responderam dizendo Amém ao grito da multidão quando disse "Salvação".

VV 13 a 17 - João relutou ou não sabia responder a identitidade e a origem da multidão e então o ancião explicou quem era bem como o seu destino. Aquela multidão atravessou as grandes dificuldades e tribulações antes do Fim como Jesus dissera em Marcos 13, Daniel dissera em 12.1 e João dissera em Apocalipse 2.10 e 3.10.

Os versos 16 e 17 nos mostram o destino da multidão através de sete declarações:

1 - Deus estenderá o Seu Tabernáculo sobre eles - presença e proteção de Deus (Isaías 4.6). Durante séculos o povo de Deus deseja estar com Ele. Nessa visão esse sonho se realizou (Ezequiel 37.27).
2 - Não terão fome.
3 - Não terão sede.
4 - Não serão atingidos pelo sol nem pelo calor (Isaías 49.10) A profecia de Isaías está se cumprindo na visão.
5 - O Cordeiro... os apascentará - simboliza proteção e segurança (Salmos 23 e João 10.14).
6 - Conduzirás às fontes das águas - cumprindo os anseios espirituais do povo de Deus (Salmos 23.2).
7- Deus enxugando dos olhos toda a lágrima - até aqui Deus permaneceu à parte, enquanto o Cordeiro era o Consolador; agora Deus é retratado nos termos mais ternos, acariciando os Seus filhos (Isaías 25.8).

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Apocalipse 6.1-17 - Abertura dos Primeiros Seis Selos.

O ato principal do Apocalipse começa com esta visão. Iniciamos o cumprimento daquilo que João disse em Ap. 1.1 ("... para mostar aos Seus servos as coisas que brevemente devem considerar..."). Por detrás de toda a história está Deus em Cristo abrindo o livro selado dos feitos de Deus com relação aos homens. O selo é um sinal de propriedade e só um representante oficial pode abrir um selo. Cristo é o representante oficial de Deus para fazê-lo.

VV 1 e 2 O cavalo branco simboliza a vitória, a conquista, o militarismo para subjugar o inimigo (cavalos brancos sempre eram montados pelos conquistadores em suas marchas triunfais. Até hoje os Batalhões de Cavalaria dos Exércitos preferem os cavalos brancos para os seus desfiles militares comemorativos).
O cavaleiro simboliza um soldado persa usando o arco. Os persas ou partos naturais da Pérsia ou Pártia (Irã) eram os inimigos fidagais dos romanos. A vitória estava próxima. Roma poderosa e má não ficaria de pé para sempre (como realmente caiu fragorosamente).

VV 3 e 4 O cavalo vermelhor com oseu cavaleiro simbolizava a guerra, pois ela é o meio de se chegar a vitória. Não há vitória sem guerra, como hão há guerra sem derramamento de sangue através da revolta e luta interna causando uma revolução (matar-se uns aos outros).


VV 5 e 6 O cavalo preto agourento simboliza a fome, e a balança simboliza a escassez de gêneros alimentícios. Um denário era o preço de um dia de serviço de um operário e se comprava 12 litros de trigo e 24 litros de cevada. Cada soldado recebia a ração equivalente a um litro de trigo por dia. Um queniz de trigo por um denário, significa que a fome exigiria que um homem trabalhasse o dia inteiro para conseguir comida apenas para ele próprio.
A cevada era mais barata, três quenizes de cevada por um denário, propiciaria comida suficiente para uma família pequena. Na época de guerra os gêneros dobram ou triplicam de preço e desaparecem dos mercados por causa da ganância dos negociantes.
Em 92 d.C o Imperador Domiciano proibiu o plantio de novas vinhas na Itália, e que, nas províncias, a metade delas fosse arrrancada, para dar lugar ao plantio de outros tipos de cereais. Por isso Jesus disse: "e não danifiqueis o azeite e o vinho" para que não haja falta. A fome sempre vem na esteira da guerra.

VV 7 e 8 Aberto o quarto selo surge em cena uma figura hedionda. Um cavalo amarelo, pálido, uma cor esquisita entre o branco e o preto, cor de cadáver carregando um cavaleiro chamado Morte, seguido por um companheiro horrível chamado inferno (hades).
A sua horrível missão era limitada a um quarto da Terra para matar através da fome, peste e feras. João já conhecia tais horrores deixados por uma guerra através de Ezequiel 14.21.
A morte aqui não é uma morte natural ou acidental, e sim um ai de sofrimento e morte lenta de pestilência e fome.
Hades é uma nebulosa ou uma nuvem, é a região dos mortos (o homem ao morrer não vai para o Céu nem vai para o Inferno. Ele fica em um local - um plano celestial esperando Cristo voltar para separar).
Pode ser interpretado também como o tumúlo (cova, cemitério).
Depois da guerra e da fome vem a morte por vários meios e um deles é a peste horripilante e cruel. Embora seja um julgamento parcial (um quarto da Terra) consegue porém deixar forte impressão de horror através deste cavalo que tem a cor dos cadáveres, cavalgados pela Morte que tem atrás de sim o Túmulo que vai ruidosamente recolhendo os corpos que mata.

Tudo que já foi apresentado até aqui:conquista, guerra, fome e morte são forças de que Deus dispõe para destruir os opressores de Seu povo. Que os cristãos, pois, criem coragem porque a Causa de Cristo, de modo algum, está perdida.
Cristo, através do Seu Apóstolo, pretende retratar o poderio de Roma no momento, bem como mostrar todos os oturos poderes militares de algumas outras nações que farão com que haja conquista, revolta, fome e morte para derrotar o Império Romano.

Assim, haverá a Vitória Final de Cristo e de Seus santos (cristãos genuínos), cujo triunfo é através do sofrimento redentor.


VV 9-11 Até aqui vimos os meios pelos quais Deus pode exercer Seu julgamento. Agora, veremos a razão desse julgamento, pois quando o Cordeiro abre o Quinto Selo, o simbolismo muda.
Uma crença popular judaica dizia que as almas dos justos ficavam debaixo de um altar celestial. E agora João confirma isso ao ver as almas dos que foram mortos por causa da Palavra de Deus, que não são outros senão os mártires da perseguição de Domiciano. A pergunta dos mártires é um clamor, um pedido de vingança.
Os mártires se mostram impacientes ao pedir vingança a Deus. O homem sempre se lamentando e clamando, sempre expressando o seu espírito impaciente, o seu egocentrismo e algum desapontamento em relação a Deus (Salmos 6.3 - Isaías 6.11 - Jeremias 47.6 - Daniel 12.6 - Zacarias 1.12).
Isso porém acontece porque o homem não procura acertar o seu relógio com o relógio de Deus.
O clamor dos mártires é uma lembrança condicional, respeitosa e sutil de que Ele poderia levantar-se e vingá-los naquele momento, referindo-se ao que os incrédulos fizeram com os cristãos. As vestes brancas simbolizam a vitória e pureza e se lhes diz que tenham paciência e esperem pelos seus irmãos para que todos se juntem naquele grande Dia da Vitória Final (Dia do Juízo).

VV 12 a 17 A abertura do Sexto Selo desencadeou um terremoto que levou todo o universo físico a tremer como se fosse despedaçar-se. Todos os homens da Terra fugiram procurando lugar para se esconder, e gritaram sob a ira de Deus.
Tais sinais cósmicos, precedendo o fim, são mencionados desde o Velho Testamento (Isaías 24.3 - Isaías 2.12,19 - Isaías 13.9,10 e Joel 2.10). E mais recentemente, Jesus também alertou (Marcos 13.8,24).

O terremoto abala toda a Terra assinalando o começo do fim. Escuridão total como um tecido de pêlos negros de cabra (cilício), símbolo da lamentação.
O aspecto da lua sugere condições atmosféricas inusitadas, que tornam a lua vermelha e anunciam destruição. As estrelas caindo como figos verdes é sinal do universo sendo abalado (Isaías 34.4).
O Céu desaparece como se estivesse sido cortado ao meio e enrolado como um rolo (Isaías 34.4). Em adição ou somando-se ao colapsto celestial, as montanhas e ilhas imóveis da Terra desmoronam.
Esses "ais" sobrevêm indiscriminadamente a todas as classes sociais de pessoas que são mencionadas em grupos, incluindo poderosos e fracos, ricos e pobres, reis, chefes militares, ricos, pobres, poderesos, escravos, livres, grandes e pequenos.

Eles se esconderam em cavernas e rochas pedindo que avalanches os escondam do Juízo de Deus (Oséias 10.8 e Lucas 23.30). Preferiram ser esmagados pelos montes e rochedos do que ser arrastados à presença de um Deus irado.

Esta visão do Sexto Selo simboliza o Juízo Final e o poder destruidor de Deus contra os que rejeitam a Ele e ao Seu Plano de Salvação. Mas ainda não é o Verdadeiro Juízo Final, é apenas um "ai" preliminar. O Juízo Final mesmo, veremos em Ap. 20.11-15.


A ira do Cordeiro é um paradoxo (contradição), pois os cordeiros são mansos, porém não podemos esquecer que o Cordeiro do Apocalipse é também o Leão de Judá, o Messias e a figura de julgamento. Os que estão sob julgamento sentem a fúria ocasionada pela sua condenação, mas eles conspiraram para a morte do Cordeiro e de Seus seguidores. Agora estão enfrentando o julgamento.

O pecado torna o pecador alienado (apartado de Deus), inimigo de Deus e assim, ele não pode suportar a presença de Deus. Prefere ser soterrado pelos escombros do que enfrentar o Juízo Final diante de Deus. Se sente envergonhado, arrasado, sufocado.


Os homens pecadores inveterados procuram mascarar a realidade com máscaras humans de engano. Quando Deus vier para julgar e rasgar essas camuflagens, o homem sentirá o horror e o arrependimento (tardio) de ter rejeitado a Cristo.
Quem poderá subsistir: Presume-se que ninguém poderá. Mas João sabe que o povo de Deus poderá suportar o julgamento, conforme veremos no próximo capítulo.

Para meditar:

  • "O Senhor resgata a alma dos Seus servos, e nenhum dos que nEle confiam será condenado." (Salmos 34.22).
  • "Vale mais o pouco que tem o justo, do que as riquezas de muitos ímpios." (Salmos 37.16)

segunda-feira, 23 de março de 2009

O Rolo dos Setes Selos - Ap. 5.1-14


O capítulo 5 trata do amor de Deus como Redentor da humanidade, redimindo-a do pecado.


V1 Repentinamente todas as atenções são voltadas para um livro em forma de rolo na mão direita de Deus. Só Ele sabe o conteúdo do mesmo. Escrito por dentro e por fora (os julgamentos contidos nele são tantos que não sobrou espaço dentro dele) como em Ezequiel 2.10 e selado com 7 selos impressos em cera na atadura com que era amarrado para garantir o sigilo.

O livro revela o plano redentor de Deus, que é prefigurado no Velho Testamento e, como tal, contém o destino do mundo. Os cristãos sentem o coração pular dentro do peito, ansiosos; vendo que o livro vai ser aberto e pensando já no que vão ouvir. A expectativa é realmente muito grande.

Assim vai ser no dia do Juízo Final, quando Jesus voltar com o Livro da Vida na mão e todos nós esperando ser chamados para vivermos com Ele para sempre. Quem não for chamado, irá morar com o diabo no inferno para sempre.

Gostaria que os leitores pedissem a Jesus que escrevesse os seus nomes no Livro para que possamos juntos ir ao Céu e viver a lado dEle eternamente. Para isso, confessem seus pecados, arrependam-se e O aceitem como único e suficiente Salvador.

VV2,3 O anjo tinha que ser forte para que tivesse uma grande voz para ser ouvida por todo o Céu e a Terra. Para causar suspense, ele pergunta quem é digno de abrir o livro. Os cristãos continuam ansiosos para saber a respeito dos acontecimentos futuros. Mas ninguém respondeu, ninguém se apresentou como digno para abrir o livro.

V 4 João chorava de tristeza, pensando no destino da Igreja Cristã Universal, representada pelas Sete Igreja da Ásia Menor, as quais receberam as Cartas de Jesus. O choro irreprimível de João é devido ao seu desapontamento porque ele sabia que a promessa de Ap 4.1 não poderia se cumprir enquanto os selos nao fossem abertos.

V 5 De repente, João parou de chorar porque o Leão da tribo de Judá se apresentou como digno de abrir o livro e revelar o propósito de Deus para os homens, que é Jesus.

V 6 João olhou para ver o Leão da tribo de Judá (cada tribo de Israel tinha um símbolo como têm os clubes esportivos e militares. O símbolo da tribo de Judá era um leão - Gênesis 49.8-12) mas viu um Cordeiro. Assim como as figuras mudam de forma nos nossos sonhos, elas mudaram na visão de João, um Leão rapidamente transformou-se em um Cordeiro (será que o ancião viu mesmo um Leão ou apenas se referiu a Ele?). Seja lá como for, ambos os animais simbolizam Jesus Cristo. O Leão (não esqueça que Jesus é descendente da tribo de Judá) representa poder absoluto e o Cordeiro representa religiosidade e bondade absoluta.

Apesar do Seu poder, Ele foi morto em favor do homem, mas está vivo com todo o Seu poder simbolizado pelos sete chifres e está apto a destruir toda e qualquer oposição que fazem ao Seu Reino, pois Ele está vendo tudo com os sete olhos que simbolizam o Espírito Santo presente entre nós até a consumação dos séculos ou a vinda de Jesus.

V 7 Cristo, o Cordeiro estava em pé no meio dos anciãos, embora Sua presença não tivesse sido notada ou mencionada anteriormente, mais perto do Trono do que os seres viventes. Veio e recebeu o livro das mãos de Deus.

VV 8 a 10 Logo que o Cordeiro de Deus tomou o livro, os assistentes permanentes na sala do Trono de Deus entraram em adoração mostrando que Cristo merece a mesma espécie de adoração tributada a Deus. As harpas eram liras ou cítaras usadas costumeiramente na adoração (Salmos 32.2). As taças de ouro cheias de incenso, comuns na adoração judaica, são descritas como cheias das orações dos santos (os judeus achavam que a fumaça do incenso levava até Deus as petições dos fiéis. Hoje nós sabemos que não há necessidade de fumaça alguma para Deus ouvir e atender as nossas orações ou petições. Todavia, ainda há relgiões que usam tal prática.

Novo cânticos ou cânticos novos expressão gratidão por novos atos de misericórida de Deus, e a notícia de que o Cordeiro ia abrir os selos, era um ato misericordioso de Deus.

A aclamação feita a Cristo se refere ou faz jus a três realizações feitas por Ele:
  • 1 - Ele foi morto - refere-se à morte vitoriosa de Cristo na cruz para nos salvar.
  • 2 - Ele comprou - Cristo comprou com o Seu sangue homens de todas as tribos (nações) para Deus.
  • 3 - Ele fez sacedotes - Cristo fez dos homens resgatados do pecado um reino de sacerdotes para Deus. Todos os crentes são sacerdotes para Deus e uns para os outros. "Eles reinarão" indica que será no futuro a vitória completa dos sacerdotes com a vinda de Jesus. Entretanto, os sacerdotes (crentes em Jesus Cristo) começam a reinar desde o momento da conversão quando passam a viver e sofrer como Ele viveu e sofreu. Os crentes reinarão, prevalecerão, triunfarão e exercerão seu poder sobre os outros (para isso temos que pregar, testemunhar, exortar, nos santificar, nos capacitar e amar o próximo com a nós mesmos, sentindo compaixão pelas almas perdidas.)
VV 11 e 12 Milhões de anjos (simbolizam um número infinito - Daniel 7.10) louvam a Deus e ao Cordeiro de Deus. Glória, honra, poder, riqueza, sabedoria, força, ação de graças simbolizam a plenitude do louvor.

VV 13 e 14 Todas as criaturas se unem para louvar a Deus e ao Cordeiro (Jesus) por sua vitória, através de cânticos. A sinfonia começou com o louvor dos anciãos e criaturas que permanecem na sala do Trono de Deus e milhões de anjos se juntam ao cântico. Dramaticamente o louvor termina com os quatro seres viventes dizendo "Amém!", assim seja e os anciãos prostaram e adoraram.

As visões dos capítulos 4 e 5 retratam a majestade de Deus e de Cristo de forma que a pompa do imperador romano não representa nada em relação a Deus e ao Cordeiro no que tange à riqueza, poder, glória, sabedoria, força.

Assim sendo, os cristãos não devem se acovardar diante do poder temporário de líderes políticos, pois a cena trouxe alento, coragem e esperança para todos eles perseguidos da Ásia Menor e de todos os quadrantes da Terra daquela época e de todos os tempos.
Com fé e confiança no poder de Deus mostrado no capítulo 4 e no Seu amor redentor mostrado no capítulo 5, o cristão não deve temer inimigo algum pois "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8.31). Amém!

domingo, 15 de março de 2009

Apocalipse 4.1-11 - A Sala do Trono de Deus

Começa aqui no capítulo 4 a parte principal do Livro do Apocalipse, o "Drama da Redenção". Os três capítulos anteriores trataram da parte preparatória o que vem agora. O capítulo 1 mostrou Cristo falando com o apóstolo João, vivo e vitorioso. Nos capítulos 2 e 3 vimos o auditório (as Igrejas) que vai assistir agora o início da cena dramática.

Chegou a hora de fazer subir o pano e mostrar o palco preparado para o desenrolar do drama. Surgirão cenas que darão aos cristãos perseguidos a certeza de que a causa de Cristo em nada é uma causa perdida. Impressionante e bem forte será esse episódio, mas quando descer o pano ou cortina, no final da apresentação no capítulo 22.21, estará demonstrada a perfeita segurança da vitória.

Depois das visões do capítulo 1 e das Cartas às Sete Igrejas dos capítulos 2 e 3, João viu uma porta aberta no céu e Cristo o convida a encaminhar-se a um lugar mais alto.

O céu aqui se refere a abóbada celeste ou firmamento que cobre a Terra (para o pensamento cristão primitivo, o universo tinha três níveis: a Terra era uma planície chata, o céu ficava acima e o mundo subterrâneo ficava abaixo). As coisas que Jesus se refere, devem acontecer a partir do capítulo 6 com a abertura dos primeiros seis selos pelo Cordeiro de Deus.

VV 2 e 3 - Através da porta ou de uma cortina que se abriu, João viu Deus assentado no Seu trono. Os cristãos, atormentados como estavam, precisavam dessa certeza.

A pedra jaspe simboliza a pureza e santidade de Deus (a pedra jaspe é branca).

A pedra sardônica ou de sárdio simboliza a justiça de Deus (sardônica é uma pedra vermelha).

O arco-íris não é multicolorido e sim verde com a esmeralda, funciona como decoração da sala (o arco-íris simboliza a esperança ou graça conforme vemos em Gênesis 9.12-17). Os cientistas naturais procuram explicar a origem do arco-íris, no entanto não explicam a sua utilidade, porque não conhecem as Escrituras. Se não as conhecem, não conhecem a Deus e vão assim para o Inferno com toda a sua sabedoria científica. Já o indouto não sabe a origem do arco-íris, porém sabe porque ele aparece no céu, obedece a Deus e vai para o Céu, apesar de analfabeto.

Quando o sábio ou culto une o útil ao agradável (Deus e ciência), ele se torna uma bênção no Reino de Deus.

V.4 - Há divergências entre os estudiosos quanto ao significado dos 24 tronos ocupados por 24 anciãos (vamos interpretar anciãos como sendo Pastores, porém seria de bom alvitre que os irmãos procurassem tal vocábulo no Dicionário Bíblico ou em outra qualquer obra teológica séria para aprender as conotações que ela vem desempenhando desde os tempos primitivos dos hebreus). (Aproveito a oportunidade para dizer aos leitores que a Bíblia tem que estar ao seu lado para que as referências bíblicas sejam examinadas para uma melhor apreensão e compreensão.

Alguns dizem que os 24 tronos simbolizam os 12 patriarcas dos hebreus e os 12 apóstolos de Jesus, unindo os dois pactos feitos entre Deus e Seu povo (Velho Testamento + Novo Testamento), visto que o número 12 simboliza a Religião Organizada.

Outros acham que os 24 tronos simbolizam as 12 tribos de Israel, sendo dois anciãos para cada tribo; um por Israel e outro pela Igreja.

Outros ainda acham que os 24 tronos representam as 24 divisões sacerdotais dos filhos de Arão (I Crônicas 24.1-19).

Simpatizamos mais com a primeira simbologia (12 patriarcas + 12 apóstolos) mas não temos autoridade nem conhecimento suficientes para desprezar as outras interpretações. Contudo, uma coisa parece estar clara que os anciãos não são anjos, são homens e a simbologia deve seguir essa primeira constatação.

As coroas de ouro sobre as cabeças dos anciãos indicam reinado ao lado de Jesus (conforme está escrito em Mateus 19.28 e Lucas 22.30) para julgarem as 12 tribos de Israel no dia do Juízo Final (as 12 tribos de Israel simbolizam toda a humanidade).

Todo esse quadro simboliza conforto para os cristãos que estavam sendo perseguidos. Eles enfrentavam a morte nas mãos dos monstros romanos, porém depois dela, estavam salvos na presença de Deus (Mateus 19.28).

V.5 Os relâmpagos, vozes e trovões mostram a presença de Deus (Êxodo 19.16 Deus entregando a Lei a Moisés). As 7 lâmpadas e os 7 espíritos de Deus simbolizam o Espírito Santo.

Alguns estudiosos interpretam os relâmpagos, vozes e trovões como a presença e ira de Deus contra os inimigos da Cruz, prometendo vingança contra os inimigos dos 24 anciãos. Vemos então a soberania de Deus e a perfeita operação do Espírito Santo em Sua obra de iluminar e revelar aos homens as coisas divinas.

VV 6-11 Entre João e o Trono de Deus havia uma superfície nivelada com pedras cristalinas que parecia um mar de vidro onde incidia o clarão dos relâmpagos e do arco-íris iluminando todo o pavimento.

O mar de vidro impedia a chegada do homem perto do Trono de Deus, simbolizando a transcedência (superioridade de Deus em relação a criatura. No momento, os cristãos perseguidos estavam separados de Deus, no entanto não seria para sempre, pois em Ap. 21.1 está escrito "o mar não mais existe".

Os seres viventes eram serafins (anjos da primeira hierarquia) com rostos de animais. Os animais cheios de olhos simbolizam a soberania de Deus e Sua eterna vigilância a favor do Seu povo. Eles representam os atributos de Deus em defesa dos cristãos: bravura (leão), força (bezerro), inteligência (homem) e velocidade (águia).

Alguns estudiosos dizem que os 4 animais como símbolos da soberania de Deus sobre toda a vida animal: o leão representa os animais bravios, o bezerro representa os animais domésticos, o homem representa a humanidade e a águia representa os pássaros.

Com um par de asas mostram reverência (respeito), com outro mostram humildade e finalmente com o último obediência à ordem de Deus.

As coroas são dádivas de Deus e de modo bem apropriado elas são devolvidas a Deus em uma demonstração dramática de que os anciãos reconhecem a soberania de Deus.

A visão encoraja os obedientes e adverte o desobediente; descreve a magnificiência da majestade de Deus e da adoração de Suas criaturas; enfatiza a Santidade de Deus e a reação das criaturas, em adoração. Só Deus deve ser adorado e não o temporal e efêmero imperador romano, Domiciano.

Deus não está alheio ao sofrimento dos cristãos da Ásia Menor (e de todo o mundo de todos os tempos). Ele está no Seu Trono comandando a História. Os inimigos da Cruza de Cristo pode ranger os dentes contra Deus e contra o Seu povo que Ele continua firme, inabalável, soberado e vencedor. Amém!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Carta de Jesus à Igreja de Laodicéia - Ap. 3:14-22


A cidade de Laodicéia ficava no vale do rio Lico, a 16km da cidade de Colossos e a 10 km da cidade de Hierápolis. Laodicéia era a principal cidade comercial da região. A criação de ovelhas e a a produção de lã preta contribuía para aumentar a riqueza da cidade. Em 60 d.C um terremoto destruiu parcialmente a cidade. O imperador romano da época ofereceu recursos, mas a cidade agradeceu a ajuda. Epafras deve ter sido o missionário que iniciou os trabalhos cristãos em Colossos e Laodicéia. (Cl 1.7 e 4.12 e ss).

V.14 - Cristo se identifica como o Amém, isto é, o Fiel e Verdadeiro e confirma a Sua presença por ocasião da criação. O princípio da criação de Deus, signfica "que é a origem de tudo o que Deus criou". Deus é a fonte primária e Cristo é o agente da criação (João 1.3 - Colossenses 1.16 e Hebreus 1.2).
VV 15 e 16 - Esta Igreja recebeu a mais severa repreensão por parte de Jesus por ser uma Igreja morna em sua fé, sem entusiasmo para o Trabalho, sem levar em consideração a urgência da expansão do Reino de Deus entre os homens, sem amor à Causa e ao homem pecador que estava morrendo sem salvação. Ainda hoje vemos o mesmo estado de letargia espiritual, a preguiça, a ociosidade, a omissão, o comodismo e o egoísmo de várias igrejas, caracterizando-se como "Igrejas Mornas".
A Igreja sendo fria (indiferença completa e manisfesta), há esperança dela se tornar quente (de zelo fervoroso), porém em sendo ela morna, é uma Igreja hipócrita e sem solução de acordo com a ótica divina. O vômito é a reação natural de quem bebe água morna. Uma Igreja assim tem muitas contas a prestar a Deus pois o Juízo será implacável para os que conhecem a Verdade e transgridem, se omitem, se escondem e se acomodam egoisticamente (querem a salvação para si próprios).
VV 17, 18 - A cidade se dedicava ao comércio de três gêneros importantes e essenciais para a sua sobrevivência. O Senhor Jesus Cristo as menciona para ilustrar a atitude da Igreja; sofria a influência do modo de vida da cidade.
a) A cidade era o centro bancário da região. Enormes fortunas estavam depositadas na cidade de Laodicéia. Por causa disso seus habitantes eram arrogante, orgulhosos e independentes. Diziam que tinham muito ouro e não precisavam da ajuda de ninguém, inclusive os cristãos, pois a riqueza ensoberbece o homem.
b) A cidade comercializava com lã negra acetinada com a qual se confeccionavam lindos vestidos, procurados por todas as nações.
c) A cidade possuía uma escola médica que vendia um remédio para os olhos. Era uma espécie de laboratório terapêutico. Viajantes que ali aportavam, após estafantes caminhadas pelos areais desérticos sob o sol inclemente, encontravam naquele unguento o suspirado alívio para os seus olhos congestionados.
Possuíam riquezas materiais porém espiritualmente estavam quebrados e na miséria. Jesus os desafia para comprarem colírio para que possam enxergar as condições precárias em que estavam. Tanto o ouro quanto as vestes brancas e o colírio só poderiam ser comprados por intermédio de Jesus. O ouro nos bancos, a lã das fábricas e o colírio do laboratório não eram suficientes para satisfazer as suas necessidades espirituais.
V.19 - Vemos agora João, inspirado pelo Espírito Santo, mudando de repreensão para uma declaração de afeição. Citando Provérbios 3.12 João diz que a repreensão era resultado do amor de Cristo por eles. A admoestação para que fosse zelosos significa abandonar a complacência que produzia a mornidão. O arrependimento está presente em todas as Cartas pois ele é imprescindível em todas e quaisquer pregações, exortações, argumentações e apelos. O arrependimento corresponde ao ABC ou os primeiros passos de uma criança quando começa a andar seguida pelas mãos zelozas de sua mãe. No momento do arrpendimento, Deus acolhe o homem nos Seus braços e ninguém o arranca dEle.
V. 20 - A Igreja de Laodicéia tinha tudo, menos Cristo. Ele permanecia do lado de fora do Templo e do coração de cada membro. Ele continua à porta pedindo entrada. Ele quer sentar à mesa e cear com o homem arrependido, isto é, Ele quer amizade e íntima comunhão com o homem de modo pessoal e coletivo (Igreja).
VV 21 - 22 - A promessa é para aquelas que vencerem. Jesus estava do lado de fora da Igreja de Laodicéia e ela estava do lado de fora do Reino de Jesus. Se você deixar Jesus do lado de fora do seu coração, fique sabendo que você está fora do Céu.
"Mas o Altíssimo não habita em Templos feitos por mãos de homens..."

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carta de Jesus à Igreja de Filadélfia - Ap. 3. 7-13

A cidade de Filadélfia foi construída em 59 a.C. por Átalo II para ser o centro de expansão da língua, cultura e costumes gregos. Filadélfia é derivado de filadelfo (amigo do irmão) pois o rei Átalo II quis homenagear o seu irmão Eumene.

Estava localizada na província da Lídia, porém no distritio administrativo da cidade de Sardes, a 45 km desta. Ficava em um planalto, solo vulcânico, bom para a agricultura, principalmente de uvas produzidas nas aldeias circunvizinhas.

A principal divindade pagã adorada nas aldeias era Dionísio, devido ao seu relacionamento com a uva, pois esse era considerado o deus do vinho. Em 17 d.C, a cidade foi destruída por um terremoto. Tibério, imperador romano, financiou a reconstrução e recebeu o nome de Neocesaréia em homenagem a ele mesmo, pois todos os imperadores romanos tinham o título de César.

V.7. Jesus Cristo se identifica como sendo Aquele que tem as chaves da salvação e que ninguém pode fechar nem abrir. Só Ele pode, pois é o Rei Eterno e Verdadeiro.

V.8. O elogio aos cristãos de Filadélfia é trípulo: eles têm uma porta aberta que ninguém pode fechar, são féis embora sendo fracos e não negaram o nome de Cristo. A porta aberta significa a oportunidade que a Igreja tinha de pregar o Evangelho (a cidade ficava na fronteira com a Frígia, onde não estava ocorrendo perseguição aparente e por isso mesmo sem empecilho ou impedimento à proclamação do Evangelho). Pode também ser o próprio Cristo que eles já tinham passado por Ele. No entanto, eu prefiro aceitar que a Porta Aberta é o Reino do Messias (ainda por vir) e Cristo garante que ninguém pode excluir aquela Igreja d'Ele. Finalmente, Jesus salienta que apesar de pequena e sem recursos não negligenciou o nome do Senhor nem a Sua Palavra.

VV.9 e 10. Cristo condena o comportamento da comunidade judaica que estava pressionando a Igreja Cristã. São chamados de sinagoga de Satanás por se oporem ao crescimento do Evangelho. Em Isaías 45.14 - Isaías 49.23 - Isaías 60.14 está escrito que os gentios (todos os povos não judeus) haviam de prostar-se diante dos judeus (espiritualmente falando) por serem povo escohido por Deus para levar (partindo de Jerusalém) a Mensagem de Salvação a todos os povos. Os papéis se inverteram. Agora, Jesus está dizendo que os judeus devem se prostar diante dos cristãos (de origem gentia) e reconhecerem que eles (os cristãos) são os eleitos do Senhor.

Não podemos esquecer que a Igreja Cristã foi fundada por um judeu (Jesus) e a propagação do Evangelho foi iniciada pelos judeus. Porém a queixa de Jesus Cristo se baseia no fato de apenas uns poucos judeus creram nEle, contrariando o que Deus ordenou ao escolher os hebreus pare receber o Salvador; então, de modo geral, os judeus falharam.

Como prêmio pela sua fidelidade, Jesus fará com que os perseguidores judeus, que agora realizam a obra de Satã, venham a saber que esses desprezados cristãos são aqueles que Ele realmente ama. Os cristãos, tanto de origem judaica quanto gentia, são os verdadeiros espirituais amados pelo Senhor. Porque guardaram a Palavra com perseverança, e assim, estão livre da HORA DA PROVAÇÃO no final dos Tempos.
OS QUE HABITAM SOBRE A TERRA são os incrédulos, são aqueles não-regenerados pelo sangue do Cordeiro de Deus. Eles vão sofrer bastante, pois o mundo físico será destruído.

VV 11 a 13 - Guarda o que tens - venho sem demora - coroa - coluna no Templo - nome do meu Deus - a nova Jerusalém - o novo nome. Vamos ver o que signfica as expressões acima.
A vitória está nas mãos deles, mas é preciso perseverança para nãoo perder a coroa (a salvação, a vitória final sobre os romanos e judeus infiéis).

Os que vencerem serão coluna no Templo, isto é, serão homens fortes e indispensáveis para uma estrutura evangélica. Não há Templo na Cidade de Deus conforme vemos em Apoclipse 21.22. O que entedemos aqui é os verdadeiros crentes são colunas no verdadeiro templo de Deus que jamais serão destruídas (como aconteceu com as colunas físicas da estrutura da igreja algumas décadas antes, durante um terremoto), porque não são de pedras, são colunas vivas e firmes, firmadas em Jesus. O Senhor não está se referindo apenas aos líderes, mas a todos os vencedores fiéis, discipulos de Cristo que são ao mesmo tempo pedras vivas e sacerdotes. (I Pedro 2.5-9).

O nome de Deus sobre o cristão o identifica e torna público o senhorio de Deus sobre ele e a proteção de Deus é óbvia (mais adiante veremos como os crentes recebem o nome ou a marca de Deus nas suas frontes).

A nova Jerusalém é o lugar onde os crentes em Jesus Cristo vão viver eternamente ao lado de Jesus. Ter o nome escrito nela, significa ser cidadão morador nela permanentemente. O novo nome de Cristo precisa ser o mesmo que o incristo em Cristo (Ap. 19.12) Estes três nomes inscritos nos crentes fiéis é de absoluta segurança para ter a vida eterna, pois conhecer o nome de uma pessoa é se ter um relacionamento bem pessoal com essa pessoa. Gravarei...sobre ele (12): Sugere posse. O vencedor pertence a Deus. É propriedade exclusiva de Deus” (1 Pedro 2:9). O vencedor também recebe o nome de Cristo. Jesus confessará abertamente os nomes dos seus servos (Mateus 10:32).

Conhecer o nome de Deus é conhecer Deus, é ser obediente a Ele, é ser depedente dEle em todas as circunstâncias, é pertencer a Ele.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

CARNAVAL 2009 - Gálatas 5.16-26


Carnaval é derivao de carne. É uma festa da carne, pagã e mundana, durante a qual o diabo atua intensamente, comanda e induz o homem a praticar todo tipo de pecado. Este texto bíblico mostra a luta que há entre a carne e o Espírito que habita no homem; aquela procura sempre a vontade do diabo e este a de Deus. Quando a carne prevalece, o homem vai para o inferno e prevalecendo o espírito, o homem vai para o céu.


Os povos antigos, descendentes dos três filhos de Noé, viviam praticando a imoralidade. Porém Deus tinha um plano para salvá-los; por isso chamou Abraão para formar uma nação santa para no seio dela Jesus nascer e deu, através de Moisés, uma Lei para que os hebreus seguissem o caminho da retidão. Com o nascimento de Jesus, a Lei foi substituída pelo Evangelho da Graça. Os judaizantes (judeus convertidos ao Cristianismo) achavam que a obediência à Lei era a única alternativa para não voltarem às antigas imoralidades. Os gentios convertidos seguiam só o Evangelho da Graça, enquanto os judeus ficavam ainda agarrados à Lei de Moisés. Há ainda hoje religiosos cristãos que seguem determinados rituais dos fariseus.


Nesse texto bíblico vemos uma relação das obras da carne que são:


Prostituição – relações sexuais promíscuas

Impureza – relações sexuais incorretas

Lascívia – relações sexuais devassas

Idolatria – adoração a ídolos

Feitiçaria – emprego de artes mágicas e idolátricas como forma de adoração

Inimizades – querelas, brigas, discussões

Porfias – contendas

Emulações – rivalidades

Iras – acesso de raiva

Ciúme – falta de confiança, medo de perder o que tem

Facções – inclinação para um lado, parcialidade, tomar partido

Pelejas – demandas

Dissensões – intrigas

Heresias – interpretação errada da Palavra de Deus

Inveja – revolta contra os que têm algo

Homicídio – morte praticaa por matadores profissionais

Bebedices – bebidas alcoólicas, orgias

Glutonarias – apetite desenfreado, olhos maiores do que a barriga


Todas as obras da carne relacionadas acima e outros crimes são praticados pelos gentios e falsos cristãos, principalmente durante o carnaval sob a influência do diabo e dos seus anjos. Satanás é intitulado Rei Momo que significa rei da careta, da máscara, da mímica, da farsa e do escárnio; para tentar ridicularizar o Espírito Santo.


As escolas de samba procuram homenagear vultos da literatura, da política, da história, das raças, das artes e das ciências em geral. Por trás de tais homenagens está Satanás destruindo os bons costumes, a religião, a moral, a ética e a humanidade.


Lares são desfeitos por causa do adultério. Crianças são deixadas sozinhas em casa enquanto os pais estão se esbaldando na folia momesca. Quando retornam, avistam de longe a fumaça subindo de onde era um barraco de papelão coberto de zinco e dentro os corpinhos carbonizados dos filhos abandonados. Acidentes automobilísticos ceifam vidas preciosas e úteis à sociedade. Pessoas são assassinadas por integrantes de blocos, pois rixas são acertadas durante os dias de Carnaval sob a cobertura das máscaras. Muitas moças se entregam a desconhecidos, perdendo sua pureza e caindo no mundo da prostuição, muitas vezes contraindo enfermidades e disseminando doenças incuráveis que levam à morte. Estupros acontecem aos milhares. As ruas se enchem de drogados e alcoolizados. Os roubos a residências se multiplicam. Muitos perdem os seus empregos porque faltam ao serviço. Militares deixam de comparecer aos quartéis e são severamente punidos causando prejuízo para a carreira. Motoristas e trocadores não comparecem ao terminal rodoviário. Médicos faltam aos plantões, causando a morte de muitas pessoas por falta de atendimento. A desgraça é geral, a bagunça toma conta do país. O diabo fantasiado de rei momo pinta e borda, toma conta mundo durante vários dias para que o povo possa se entregar nos seus braços benfasejos, na opinião dele.


O Brasil é o país do carnaval e conseqüentemente da devassidão, da prostituição e da libertinagem. Gostaria que o Brasil fosse o país dos transplantes, da aviação, da justiça social, da obras de engenharia, das descobertas científicas, líder em exportações, pesquisa espacial e da tecnologia em geral.

Os estrangeiros trazem alguns dólares e gastam aqui durante o carnaval. Depois vão embora rindo e contando as proezas que aprontaram contra as nossas jovens e deixando milhares de crianças órfãs de pai e outros milhares contagiados pela AIDS. E nós ficamos aqui batendo palmas para a nossa própria miséria moral, social, econômica e espiritual.


Que contradição com o que o Deus nos oferece através de Jesus Cristo, cujo fruto do Espírito podemos ver através:

Amor ou caridade - Devemos amar a Deus acima de qualquer coisa e ao próximo como a nós mesmos.

Gozo ou Alegria – Devemos nos alegrar de termos sido justificados diante de Deus, através do sacrifício de Jesus Cristo.

Paz – Devemos usufruir dessa Paz que Deus nos dá ela sua graça.

Longanimidade – Devemos ter paciência para suportar os reveses da vida.

Benignidade, Bondade – Devemos ser bons para com todos os nossos semelhantes.

Fidelidade, Fé – Sem fé é impossíve agradar a Deus. Temos que ser fiéis para com Deus e para com os homens.

Mansidão – Devemos ser calmos e mansos de coração. Tardios em irar-se.


O homem que aceita Jesus como seu único e suficiente Salvador, por intermédio da conversão, arrependimento e confissão, recebe o Espírito Santo que o ajudará dia-a-dia a produzir as obras do Espírito, deixando para trás as obras da carne.

Os que já foram alcançados pelo Evangelho de Jesus não podem se vangloriar, se colocar em plano superior e retaliar os que ainda praticam as obras da carne. Jesus morreu por todos nós e eles precisam saber disso através da pregação, exortação e principalmente através do testemunho.


Somente Jesus pode mudar vidas e as vidas transformadas, produzindo o fruto do Espírito, vão servir de exemplo para que outras vidas possam ser transformadas também e serem libertadas das armadilhas do diabo que só intenta matar, roubar e destruir.


Se você ainda está preso a qualquer tipo de armadilha do inimigo, clame ao Senhor Jesus. Vá até Ele sem máscaras, arrependa-se, confesse o seu pecado, porque Ele o conhece, o ama e o perdoará. E aceite a Salvação que Ele oferece, pois é de graça e você experimentará a verdadeira Paz.
Postado por Prof. Valdomiro Barbosa do Rêgo às 12:14
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Uma Palavra

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Carta de Jesus à Igreja de Sardo (Sardes) - Ap. 3.1-6


Sardes estava localizada a 48 km de Tiatira. Durante o Império Grego, a cidade fora muito mais importante no aspecto comercial e industrial. Agora, isto é, quando o Apocalipse foi escrito, tinha pouca influência. Mas nunca deixou de se orgulhar do seu passado histórico, era arrogante e achava que se bastava a si mesma. Sua indústria principal era a lã e o templo mais importante era o de Cibele (deus pagão dos romanos).

V1. Cristo se identifica (Sete Espíritos) anunciando o Seu poder e autoridade sobre as Igrejas (o Anjo ou Pastor). Cristo não elogia a Igreja, pelo contrário, a repreende duramente ao dizer que ela parece viva mas está morta. Exteriormente ela mostrava grande atividade, porém internamente não tinha espiritualidade alguma. Talvez uma apatia, proveniente da luxúria e da grandeza, tenha levado aquela igreja à morte.

V.2 "Acorda para a realidade e ajunta as brasas para reacender o fogo pois as tuas obras não estão de acordo com o padrão exigido por Deus." Havia umas poucas coisas que ainda viviam, estavam à beira da morte, mas ainda poderiam ser salvas mediante pronta intervenção.

V. 3 - "Arrependen-te e procuras guardar o Evangelho puro que recebestes para serem aprovados no Dia do Juízo quando Eu voltar inesperadamente para julgar todas as nações." Jesus está dizendo para a Igreja evitar o desastre espiritual, lembrando o verdadeiro conteúdo da religião como dantes a recebeu e retornar aos primeiros rudimentos e práticas.

Vs. 4-6 Algumas pessoas continuaram leais, puras e portanto vitoriosas. Só o que vencer terá direito a tríplice recompensa: vestes brancas de vitória, o nome do Livro da vida e a confissão de Jesus diante de Deus. A confissão de Jesus diante do Pai está escrita em Mateus 10.32 e Lucas 12.8 porém para que Ele faça isso diante de Deus e dos anjos, os cristãos têm que testeficar fielmente de Cristo aqui na Terra.
Quanto ao Livro da Vida, precisamos fazer algumas considerações a respeito dele. Em Êxodo 32.32 e 33 vemos Moisés pedindo a Deus para não riscar o nome dele do Livro e Deus responde que todo aquele que pecar contra Ele será riscado do Livro.

Em Daniel 12.1 está escrito que "naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no Livro".

Em Apocalipse 21.27 está escrito que só entrará na Cidade Santa os que estiverem escritos no Livro da Vida do Cordeiro.

Aqui no verso 5 do texto em pauta, Jesus diz que o que vencer não terá o seu nome riscado do Livro da Vida.

João acreditava que os nomes foram escritos no Livro desde a fundação do mundo (Ap 17.8). Porém tal predestinação dependia da fé e da fidelidade do homem conforme Cristo está dizendo que poderia apagar ou riscar o nome do Livro. João estava dizendo que o crente tem que depender de Cristo para se salvar.

Vamos falar agora sobre três pontos que precisam ser esclarecidos convenientemente:


1) Os nomes dos salvos foram escritos no Livro da vida desde a fundação do mundo?
2) Os nomes dos salvos são escritos no Livro da vida por ocasião da conversão?
3) Os nomes dos salvos são apagados ou riscados do Livro da Vida se renegarem a fé?

Alguns estudiosos dizem que de fato o nome pode ser apagado ou riscado do Livro da Vida por Cristo, caso a pessoa negue ou renegue a fé cristã e volte ao mundo. E não lhe será dada outra oportunidade, mesmo havendo arrependimento.

Outros concordam com os primeiros, discordam todavia no que diz respeito à oportunidade. Para estes, havendo arrependimento, há perdão.

Outros ainda afirmam que o nome é realmente escrito no Livro da Vida por ocasião da conversão e eu concordo plenamente com estes últimos e também com os segundos com relação ao arrependimento e perdão.

Deus não predestinou o homem para se salvar. Na Sua presciência Ele já sabia quem se salvaria pois para Deus só há um tempo único, total e completo. É por isso que João diz que os nomes dos salvos foram escritos no Livro da vida desde a fundação do mundo.

Havendo conversão verdadeira, o homem jamais voltará à prática do mundo do pecado e assim o seu nome jamais será riscado do Livro. O que volta a praticar o pecado com satisfação e alegria (ainda que mascaradas), nunca se converteu. Esse não perde a salvação, pois não se perde uma coisa que nunca tivera.

"Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho, tem também o Pai." I João 2.23

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Carta de Jesus à Igreja de Tiatira - Ap 2.18-29

A cidade de Tiatira ficava a 74km de Pérgamo. Embora não houvesse um templo exclusivo para se adorar o Imperador Romano, havia, entretanto, outros templos pagãos. A cidade produzia uma tintura de púrpura, de preço elevado e muito procurada pelos fabricantes de tecidos. Esse corante era tão caro que muitas vezes ultrapassava o preço do ouro.(Cabe aqui lembrar de Lídia, que era vendedora dessa tintura, conforme Atos 16.14 e 15).

Não se sabe com exatidão quem fundou o trabalho cristão em Tiatira, supõe-se porém que tenha sido o Apóstolo Paulo através dos seus discípulos quando foram espalhados por toda a Ásia Menor, estando ele sediado em Éfeso. (Atos 19.10).

V. 18 Cristo se identifica como o autor e signatário da Carta e identifica também o destinatário. Sabemos que os olhos de fogo simbolizam o conhecimento profundo que Jesus tem do homem através da Sua onisciência e sabemos também que os Seus pés reluzentes simbolizam fortaleza e resistência.

V. 19 Jesus elogia o amor da Igreja para com a causa cristã. A fé expressa pela fidelidade ao Cristianismo. O serviço é simbolizado pelo ministério da Igreja em prol dos irmãos (suprindo as necessidades deles). A paciência é simbolizada pela perseverança. O trabalho ou obras é simbolizado pela santificação e edificação espiritual da Igreja.

V. 20 Jesus critica a Igreja por ser tolerante em demasia com relação a profetisa Jezabel, ela estava induzindo os membros da Igreja ao pecado, isto é, induzindo-os a participar de rituais pagãos e à fornicação.

Jezabel dizia que não era pecado os cristãos participarem de eventos sociais e religiosos para que pudessem fazer parte de associações comerciais e assim prosperar materialmente. (Há nos dias atuais muitas pessoas iguais a Jezabel no seio da Igreja Cristã tentando desviar os filhos de Deus do seu caminho e fora da Igreja nem se fala, principalmente os nossos familiares que não são conformam com a nossa conversão e usam todos os artifícios para nos tirar dos braços do Senhor).

Há várias hipóteses com relação à existência ou não dessa mulher pitonisa Jezabel. Alguns estudiosos dizem que não existia tal mulher em Tiatira. Jezabel simplesmente simboliza as heresias introduzidas na Igreja por alguns dos seus membros.

Outros dizem que o nome Jezabel se refere a uma mulher pervertida que dizia haver recebido de Deus alguma revelação mística especial. (Gostaria de alertar os irmãos para terem muito cuidado com certas pessoas que andam recebendo revelações falsas e comprometendo a honra, o casamento, o noivado, a amizade, o emprego, a vida de muitas pessoas.)

Outros ainda afirmam que Jezabel se refere a esposa do Bispo (pastor) da Igreja. Finalmente um outro grupo de exegetas (intérpretes) dizem que Jesus fez apenas um paralelo entre a Jezabel do Antigo Testamento (mulher do rei Acabe de Israel, que fez com que seu marido introduzisse em Israel o culto a Baal, deus pagão dos moabitas I Reis 16.29-34) e a Jezabel simbólica.

Vs. 21-23 "Jezabel" foi repreendida anteriormente, porém não se arrependeu e a Igreja não tomou as providências cabíveis.
O castigo que será imposto a Jezabel e aos seus seguidores, caso não se arrependam, deve ser entendido no sentido espiritual e não no sentido físico.

V. 24 Jesus prometeu aos que não foram afetados pela heresia nicolaita não sobrecarregá-los com obrigações espirituais maiores do que que já têm a respeito do conhecimento de Deus (I Coríntios 2.10 e Romanos 11.33).

O que está na Bíblia é mais do que suficiente para levar o Homem à salvação e santificação. Não há necessidade de outros conhecimentos adicionais estranhos à Palavra de Deus. Cuidado com esse pessoal que anda de porta em porta vendendo literatura estranha à Bíblia Sagrada. Se a literatura fala sobre a Bíblia, não compre! Porque você já tem tudo na sua Bíblia e se não fala sobre a Bíblia, não compre e nem aceite de graça. Fuja dela que é nociva.

O cristão precisa conhecer outros tipos de literatura, porém literaturas científicas, no sentido de ficar ciente, tomar conhecimento. No entanto, a literatura para o espírito ele já possui. A Bíblia é suficiente por si mesma, pois é a Palavra de Deus, viva e eficaz. Não está incompleta que necessite de outros livros para complementá-la. Deus fala na medida certa. Se há coisas que não compreendemos em determinado momento de nossas vidas é porque Deus é misericordioso e nos poupa por amor. Ele dá a compreensão de acordo com a nossa busca sincera e de acordo com a carga que podemos aguentar em nossa mente e coração. O pecado nos fragilizou e não podemos entender muitas coisas ainda nesse corpo perecível. Para isso teremos a eternidade, com corpos transformados, para entendermos os mistérios do Senhor.

Os gnósticos pregavam que os cristãos podiam conhecer "as profundezas de Satanás", isto é, podiam tomar parte em práticas pagãs (exteriormente) e permanecer imunes ao pecado (interiormente) e mostrar assim a sua superioridade sobre elas.

Os nicolaitas ensinavam que as obras da carne não contaminavam o espírito. Mas não é isso que a Bíblia diz:

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?

E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?

E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor;E não toqueis nada imundo,E eu vos receberei;

E eu serei para vós Pai,E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor. 6.14-18

Cristo adverte a Igreja para reter a fé cristã que já foi estabelecida, para reter a sã doutrina.

V. 25 Cristo promete aos Seus seguidores autoridade sobre as nações; significando que os cristãos iriam participar do Seu Reino, reinando com Ele (Salmos 2.8).

V. 27 A promessa continua dizendo que os seguidores do Messias regerão (pastorearão) as nações com o cajado pesado, feito de carvalho para o Pastor com o formato de um cetro e de uma arma ponteaguda para a defesa (Salmos 2.9).

Despedaçar ou quebrar vasos de oleiro significa poder universal (a referência a quebra de vasos vem dos reis egípcios e caldeus nos seus rituais de coroação. Eles escreviam os nomes das nações e reis inimigos nos vasos e no dia da coroação quebravam os vasos em público para mostrar poder e força real).

Quebrar vasos de barro com vara de ferro significa para os cristãos que eles vão compartilhar do reinado de Cristo, reinando com Ele quando Ele receber o poder e a autoridade do Pai.

VV 28-29 - Quem se mantiver firme, convicto, perseverante, obediente, atuante e fiel receberá ou conhecerá a Jesus plenamente que é a verdadeira Estrela da Manhã (Ap. 22.16).