terça-feira, 23 de junho de 2009

Apocalipse 13:1-10 - A Besta que subiu do Mar



A Besta subiu do mar como as bestas ou os animais de Daniel 7.2-7. Esta Besta simboliza o poderio do Império Romano, pois ele chegou à Ásia Menor através do mar.
João criou uma besta composta ou uma reunião dos quatro animais de Daniel que simbolizavam quatro reinos: Babilônia, Média, Pérsia e Grécia.
Os 10 chifres simbolizavam 10 reis do último reino (grego). O chifre pequeno era Antíoco Epifânio IV que era odiado pelos judeus, principalmente porque ele (ou seu ancestral) havia profanado o Templo de Jerusalém.
Das 4 bestas de Daniel foi feita uma simbolizando Roma com a disposição de leopardo (vigilante e feroz) , pés de urso (com poder para esmagar), boca de leão (cujo rugido era tão temido pelos pastores da Palestina). As 7 cabeças simbolizavam governantes romanos (conforme veremos em Ap. 17.10). Uma das cabeças feridas simbolizava Nero (conforme veremos em Ap. 17.10).


Os nomes de blasfêmia escritos nos diademas são títulos, sugerindo divindade, usados pelos imperadores romanos: Divus, Dominus, Kurios e até Theos. Os cristãos usavam estes títulos somente para Deus e para Cristo.
Interessante, um dos motivos alegados para crucificarem a Jesus foi a blasfêmia, porque Ele se dizia ser o próprio Deus. Todavia, os imperadores romanos se intitulavam divinos e todos apoiavam, inclusive os judeus infiéis.

Quem usa os títulos divinos, querendo tomar o lugar de Deus, querendo ocupar o lugar de Deus diante dos homens para se mostrar santificado, é blasfemo e vai ter que se explicar diante do Pai naquele grande Dia do Senhor.

Quem usa o nome de cristão indevidamente também é blasfemo, porque contraria o Terceiro Mandamento de Deus.


A Besta tinha poder e autoridade demoníacos e cósmicos, delegados pelo Dragão, que lhe propiciaria um trono de onde reinasse. O Império Romano, com todo o seu poder, era o correspondente terreno do reino satânico do mal.
A Besta parecia exercer poder universal, porque toda a terra a seguia. Blasfemava contra Deus (usando títulos divinos para sim, indevidamente). Blasfemava contra no nome de Deus e contra o Seu Tabernáculo. E saía-se bem porque era poderosa para fazer guerra contra os santos e vencê-los. A Besta tinha um poder mágico ou feiticeiro (pseudodivino - falso divino) pois toda a terra a seguia maravilhada. João estava convicto do poder persuasivo e demoníaco do Estado (Roma) totalitário, que seduzia os seus súditos, levando-os à idolatria (até os judeus se deixaram levar, se deixaram contaminar).

O homem moderno ainda cai, mas as Testemunhas fiéis têm que batalhar contra a Besta. Precisam provar que só Deus é onipotente e que a Besta tem as suas limitações pois: 1 - a sua obra é apenas destrutiva 2 - os seus dias estão contados e 3 - nunca será adoraca pela congregação relacionada no Registro Celestial.


A Besta usa a boca, que lhe foi dada, apenas para blasfemar porque ela é blasfema, soberba, destruidora, perversa e má. Ela não pode criar nada. Os 42 meses simbolizam um período limitado de tempo, ela não reinará absoluta para sempre (Ap. 11.3).


Os que habitam sobre a Terra são os incrédulos que adorarão a Besta (os crentes são aqueles cujos nomes estão inscritos no Livro da vida do Cordeiro (Ap. 3.5).

A expressão "desde a fundação do mundo" no verso 8 pode significar ou se referir tanto à escrita dos nomes como pode ser referir à morte de Jesus (pode também se referir a fundação do mundo propriamente dita, pois para Deus tudo é presente. Para Deus tudo está no tempo presente do indicativo: "Eu Sou".


Vamos analisar as palavras: cativeiro, espada, perseverança e fé contidas no versículo 10. O poder da Besta (Roma) é tão grande que ela vencerá os fiéis (a prisão de João na Ilha de Patmos é um exemplo) porém os fiéis não podem recorrer ao uso da espada para se defender. A vitória está baseada na fidelidade a Cristo. Os cristãos não devem resistir ao tirano com a espada, fazê-lo seria uma negação de Cristo, e mereceria castigo.

Há outra interpretação para se explicar o emprego das palavras cativeiro e espada. Embora a interpretação acima esteja correta, vou apresentar a outra, para que os irmãos tomem conhecimento e não se apeguem a uma única forma de interpretação.


Os cristãos observam as reivindicações de divindade feitas pela Besta (Divus, Dominus, Kurios, Theos = Divino, Senhor, Corte Suprema e Deus; respectivamente). Mas eles sabem que o nome dela não está escrito no Livro da vida, de forma que ela está condenada. Eles sabem que ela será levada cativa (como veremos em Ap. 19.19 e ss). Seus agentes agora prendendo os cristãos, serão mortos pela espada da boca do Messias (Ap. 19. 21). Desta forma, os cristão suportam esta última perseguição severa, porque sabem o resultado final.

A conclamação para que os cristãos tenham perseverança e fé é um encorajamento especial para um período difícil. Perseverança não é resignação, mas uma aceitação corajosa do pior que a vida pode oferecer, e a sua transformação em glória. A perseverança cristã e não a espada, é o caminho para a vitória final. E fé não é crer que tudo vai terminar bem. Fé é aquela entrega a Jesus Cristo que resulta da convicção de que, visto que Ele venceu através da cruz, podemos segui-lO, através de provação e morte, até a vitória final.

A fé é uma coisa muito elevada, sublime e de difícil compreensão. Mas é possível e vencedores são os que alcançam essa certeza: da fé em Jesus Cristo ressurreto!

João indicou que o Império Romano era a personificação do mal. Reivindica as prerrogativas de Deus e tenta tornar-se um substituto do verdadeiro Deus.
A vitória final pertence a Cristo. A vitória se torna a experiência dos cristãos através de sofrimentos que se assemelham à cruz, e não pelo uso da espada.

É costume dos intérpretes considerar a primeira Besta como o anticrito, uma encarnação do diabo, que participa de características tão religiosas ao ponto de enganar a muitos, levando-os a pensar que ele é genuíno. Ao ler Ezequiel 38 e 39 sobre Gogue e Magogue, chega-se à ideia de uma personificação do mal como pensavam os antigos judeus. Esta pessoa maligna seria o anticristo que tem sido representado por pessoas físicas, espirituais e até fictícias ou imaginárias como:

Antíoco Epifânio
Beliar ou Belial
Falsos Cristos
Falsos Profetas
Iníquos
Homem do Pecado
Filho da Perdição
Um Governante Romano, segundo a opinião de Irineu
O Papado, segundo a opinião dos reformadores: Wyclif, Lutero, Calvino, Zuinglio, Knox
Hitler - o ditador nazista que não se enquadra como anticristo, porque seu ponto de vista se adequava com o problema político-etnológico e não espiritual. O Holocausto foi contra os judeus e não contra os cristãos.


Alguns crentes, hoje em dia, falam sobre um personagem maligno que se espera que venha antes do Fim. Outros acham que o anticristo é uma realidade espiritual maligna, e capaz de se encarnar em qualquer época, porém são cautelosos em identificar ou relacionar qualquer personagem histórica ou particular como o anticristo.