terça-feira, 14 de outubro de 2008

Alegria nas Tribulações – Tiago 1:1-18

Tiago é a forma aportuguesada do hebraico Jacó. Ele era proeminente na Igreja de Jerusalém. Servo era uma palavra degradante, porém em se tratatando do relacionamento do homem para com Deus e Jesus Cristo, ela assume uma conotação de respeito, obediência e dependência total.


A carta de Tiago é endereçada às Doze Tribos da Dispersão, naturalmente fazendo alusão à Diáspora, isto é, a dispersão dos judeus em 70d.C, quando os romanos destruíram Jerusalém, forçando os judeus a se espalhar pelo mundo.

Sendo assim, Tiago estava se dirigindo aos judeus que residiam entre os gentios fora da Palestina (I Pedro 1.1)


Tiago diz que o cristão deve se regozijar nas provações e tentações (aflições, perturbações, dificuldades) porque elas podem ser o caminho para ele mostrar perseverança e a bênção de se tornar perfeito e completo.


As provações são uma oportunidade para o desenvolvimento da perseverança, e esta é uma das marcas da autêntica vida cristã, segundo Tiago.


Perseverança é a confiança em Deus, constância ou persistência na fé nEle. A vida cristã amadurece à medida que a pessoa persevera, confiando obstinadamente em Deus quando das dificuldades, tragédias e problemas da vida. Esta confiança perseverante é o contexto para o progresso do crente em se tornar perfeito e completo (maduro e adequado).


Tiago diz: “Visto que vocês têm falta de sabedoria”, isto é, não sabem como se portar, como proceder, como agir. A sabedoria é demonstrada pelas obras do bom procedimento. A sabedoria está relacionada com a oração ou diálogo do cristão para com Deus.


Deus dá sabedoria naturalmente, com sinceridade e sem hesitação. Ele não repreende nem lembra as dádivas que deu anteriormente a essa pessoa.


O cristão deve se dirigir a Deus com fé, convicção e não duvidar ou vaciliar, achando que Deus não vai atender por ele não ser merecedor. Porque na verdade, ninguém é merecedor das dádivas de Deus. Ele sim que é misericordioso.


O cristão tem que saber que Deus é doador e benevolente, que deseja ajudar o homem, mas o homem tem que ser dedicado a Deus e disposto a apropriar-se dos dons que Deus dá.


(Seria ir muito longe na interpretação desta passagem, dizer-se que todas as orações não respondidas indicam uma vida insincera).

Rico aqui significa o ímpio ou injusto e pobre significa a pessoa piedosa ou cristã que é oprimida mas é rica espiritualmente por causa da sua fé e espera exaltação.


O termo rico se refere aos exploradores (5.2-4), que perseguem os cristãos (2.6,7) e que enfrentam terrível julgamento (1.10,11 e 5.1-5). Ele que se glorie no seu abatimento, se puder.


Tiago procura encorajar os oprimidos, lembrando-lhes o seu destino final. Ele não está se dirigindo aos ricos, mas aos pobres; embora ele tivesse compaixão dos ricos porque todos os vivos estão pendentes de julgamento.

Primeiramente, Tiago fala que a provação deve ser suportada e a tentação deve ser resistida. Há uma ligação entre provação e tentação, pois em cada tentação introduz-se uma provação. O que suporta a provação é aprovado, e a persistência é a marca dos que amam a Deus.


Deus não é fonte de tentações para pecar com pensam alguns. Tão pouco é culpado pelo fracasso dos que caem. O processo que leva ao pecado começa com a paixão ou inclinação de nosso próprio coração. (Mateus 15.19).


Tiago descreve o poder da cobiça com palavra que se referem a peixe, ou caça, que é atraído ou engodado, enganado por uma isca para ser capturado.


Se o desejo mau não for resistido, levará o homem ao pecado e depois à morte espiritual, isto é, a persistência leva à vida, porém ceder a tentação leva à morte.


Não se engane. Deus não manda tentação e sim boas dádivas. Ele não muda a sua maneira de dar, isto é, não aumenta nem diminui. Não há variação ou mudança. Deus é Pai Criador das luzes ou corpos celestiais e Ele não muda como elas. Os dons de Deus são sempre bons.


Deus regenerou o homem através do Evangelho que passou a ser as primícias das criaturas (Apoc 14.4).

Meditação: “Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho de seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Isaías 49.15).