quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O Princípio de Dores – Mateus 24.1-14

O Templo no tempo de Jesus era o terceiro levantado no Monte Moriá em Jerusalém. O primeiro fora construído pelo rei Salomão (I Reis 6) e destruído em 587 a. C. pelos caldeus quando levaram os judeus para a Babilônia como escravos.

O segundo fora construído por Zorobabel (Esdras 2) quando os judeus começaram a voltar da Babilônia e este do texto de Mateus 24, cuja construção fora iniciada por Herodes, o Grande, em 20 a. C. em substituição ao anterior, que era menor.

A magnificência do complexo de edifícios que constituem o Templo extasiou os discípulos. Eram construídos de mármore branco e decorados com ouro, pedras preciosas e ricas tapeçarias. O Templo era uma das Maravilhas do Mundo.

Jesus predisse a destruição do Templo, efetuada pelos soldados do imperador romano Tito, quando Jerusalém foi conquistada e destruída em 70 a. C.

Parte dos alicerces do grande muro exterior, conhecimendo atualmente como o Muro das Lamentações, permanece até hoje.

Os discípulos, olhando para o Templo, quando estavam no Monte das Oliveiras, fizeram muitas perguntas a Jesus. As respostas estavam ligadas em um feixe: a destruição do Templo, a vinda de Jesus e a consumação do século.

Jesus quebrou o feixe e indicou que pelo menos a destruição do Templo e o Fim eram distintos, embora muito relacionados. A catástrofe da destruição do Templo iria prefigurar o Juízo no Fim do Mundo, mas não coincidir com ele.

Entre a destruição do Templo e a vonta de Jesus há um período de duração infinita para a nossa contagem de tempo. Entre um evento e outro a Igreja tem que se manter firme para não ser desviada, se preparar para a volta de Cristo, ter paciência na perseguição e pregar o Evangelho no tempo e fora de tempo (“acautelai-vos, esperai, vede, perserverai e trabalhai).

Durante o primeiro e segundo século, apareceram muitas pessoas que disseram ser o Cristo com o os zelotes, cujo alvo era libertar a nação judaica do jugo romano.

Houve muitos levantes locais, induzindo a duas guerras judaico-romano (66 a 70 e de 132 a 135 d.C). Na segunda guerra, Bar Cocheba foi aclamado “Messias” por Akiba, principal rabi da época.

As guerras e rumores de guerras contra as quais Jesus advertiu eram guerras “messiânicas” e não as guerras costumeiras que têm lugar no mundo (as judaico-romanas citadas acima não era guerras messiânicas).

Este texto tem sido mal interpretado, no sentido das pessoas resignarem-se com o fato de uma guerra internacional como inevitável porque é um cumprimento das palavras de Jesus. No entanto, Jesus não estava falando que nada pode ou deve ser feito para impedir as guerras. O seu interesse particular era advertir os seus seguidores contra o perigo de serem arrastados a “guerras santas” que fossem chamadas de messiânicas. Guerras e rumores de guerras não devem assustar-nos, levando-nos a pensar que o Fim dos Séculos chegou.

O povo de Cristo não só viverá em um mundo onde há guerras e desastres naturais, como fomes e terremotos, mas também sofrerá a perseguição. Todos os apóstolos e muitos discípulos de Jesus foram entregues e mortos pelos judeus infièis e pelos romanos brutos, idólatras, pagãos, ateus, invadore e exploradores.

Logo em 64 a. C. os cristãos foram perseguidos pelo imperador Nero, de Roma, que os acusou falsamente de incendiários, isto é, de terem colocado fogo em Roma. Porém, a História Geral conta que o Nero era louco e ele próprio tocou fogo na cidade e acusou os cristãos.

Uma outra acusação foi lançada: os cristãos foram taxados de ateus por não reconhecerem os deuses pagãos do Império Romano. Dizem que eles (os romanos) aderiram (não se converteram) ao cristianismo em 313 a. C. , mas as raízes do paganismo ainda persistem no comportamento evidente ao respeito e tratamento de deuses ou santos a imagens, sejam de mármore, pedra, barro ou madeira, contrariando o que a Bíblia diz em Êxodo 20. 1-5 e Isaías 45.20.

O fato de eles se traírem e se odiarem mutuamente parece refletri um período quando os seguidores de Jesus eram ainda uma congregação judaico-cristã, ainda não separada do judaísmo (Marcos 13.9).

Os falsos profetas podem ser proclamadores judaicos ou falsos cristãos ou ainda cristãos nominais, que procuravam fazer com que os seus condiscípulos se voltem para falsas esperanças, particularmente com respeito ao Fim.

As advertências são dirigidas aos que desertam ou traem a Igreja por causa das perseguições. Muitos hão de falhar no teste e escandalizar ou tropeçar.

Alguns se tornarão informantes e irão trair-se uns aos outros diante das autoridades da Sinagoga ou do governo romano.

Só serão salvos os que perseverarem até o fim (isto deixa entrever claramente que nem todos os dicípulos serão salvos (os apenas nominais nem salvos estão). Concluir que uma pessoa pode ou não perder a salvação, uma vez que a tenha ganho (se é que realmente foi salvo), é ir além de qualquer coisa explicíta no versículo 13. A maioria dos intérpretes entendem que aqui se fala de uma apostasia propriamente dita, mas isto não está explicíto.

O que está explicíto é que o teste da salvação é perseverar até o fim, seja o fim do período de perseguição, ou da vida da pessoa.)

O que é principalmente condenado é a deserção ou traição a Igreja em seus tempos de perseguição. O teste da Salvação não é uma profissão verbal, mas a obediência fiel à vontade de Deus (Mateus 7.21-23).