terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Gálatas 3.10 - Maldição da Lei



V v - 10-14 Os judaizantes estavam reivindicando as bênçãos de Abraao com base nas obras da Lei, porém Paulo contra-ataca dizendo que TODOS QUANTOS SÃO DAS OBRAS DA LEI ESTÃO DEBAIXO DA MALDIÇÃO baseando em Deut. 27.26 que pronuncia maldição sobre todos os que não executam tudo o que a Lei requer.

Paulo diz que não há ninguém que preste à Lei obediência completa, requerida para escapar-se à sua maldição (Romanos 3.9 19, 23).

Pela Lei ninguém é justificado diante de Deus. Quem tem fé em Deus é fiel a Ele e isso não estava acontecendo com os judeus e por isso mesmo foi levado para a escravidão para aprender a obedecer a Deus.

Os conceitos de Paulo se baseiam no trinômio: justiça-fé-vida, isto é, o homem é justificado diante de Deus através da fé e ela é demonstrada através da fidelidade, da obediência, da dependência total de Deus, do testemunho ao cumprir os Mandamentos.

Lei e fé como bases para a justificação diante de Deus são exclusivas, pois a Lei se baseia em obras (Romanos 4.4,5). Novamente Paulo apela para a Escritura para o seu argumento: "o que fizer estas coisas, por elas viverá" Levitico 18.5)

A obra de Cristo se relaciona com a condição daqueles cuja desobediência à Lei os colocara sob a maldição dela (3:10). Cristo nos resgatou da maldição da Lei com o seu sangue. Paulo se dirige aos que procuram justificação diante de Deus mediante a obediência à Lei judaica. Cristo resgatou nem só os judeus e prosélitos mas também os gentios (3:14). "Eles também eram legalistas em matéria de religião, e Pauo considerava o legalismo como maldição, onde quer que o encontrasse" (legalistas são os que observam a Lei).

Cristo fez-se maldição por nós (II Coríntios 5.21). Novamente Paulo apela para a Escritura para descrever o horrível costume de dependurar numa árvore o corpo de um criminoso executado e mostrar que um homem enforcado era amadiçoado por Deus, então, Jesus tornou-se maldito em nosso lugar. Na morte que experimentou, Ele tomou sob Si mesmo a maldição da Lei (Deut. 21.23).

Jesus fez-se maldição para que a bênção de Abraão viesse aos gentios (Gênesis 12.3 e 3.8) e também para tornar disponível o Espírito pela fé para todos nós.

V v 15-18 - Qual a relação da Lei de Moisés com a Aliança de Deus com Abraão? Mais uma vez Paulo usa a Escritura para explicar aos judaizantes a prioridade da Aliança ou Promessa. A Aliança com Abraão antecede a Lei por mais de quatro séculos. A Lei não foi outogarda para emendar a Promessa, pois a Aliança tem seu cumprimento em Cristo.

Paulo dá um exemplo humano, isto é, uma ilustração da vida diária ("como homem falo"), o que é verdadeiro entre os homens nos seus acordos contratuais é ainda mais entre Deus e os homens. Uma vez escrito e confirmado um contrato pelos homens, ninguém anula, nem acrescenta coisa alguma.

A Abraão e a seu Descendente foram feitas as promessas (Gênesis 13.15 e 17.7, 8) falando da posse da Terra de Canaã. Ele insiste que a palavra "descendente" está no singular, ignorando o sentindo coletivo da palavra que ele mesmo reconhece em 3.29 e em 4.13-18 e 9.8.

Se os homens honram seus acordos, muito mais Deus ao fazer uma Aliança com Abraão e seu Descendente, e a ratificou, com a vinda do Senhor Jesus.

Os judaizantes consideravam a circuncisão como essencial para que alguém fosse incluído na comunidade da Aliança. Eles vivam na Lei a revelação final da vontade de Deus para o seu povo. Criam que Jesus era o Messias da esperança judaica, mas isto não removia a necessidade da circuncisão e da observância da Lei para herdar as bênçãos da promessa de Deus a Abraão.

Mas Paulo diz que a Lei e a Promessa (Aliança) são termos opostos ou com funções diferentes e tentar conjugá-los é entender ma o papel da Lei. Agora, Herança e Promessa se conjugam.

V. v 19 - 22 Até aqui Paulo tem colocado a Lei em uma posição negativa porque estava procurando refutar os erros dos judaizantes. Mas, a Lei tinha os seus méritos, e, sabendo disso, Paulo pergunta: "Logo, para que é a Lei?". Ela fora dada para especificar as transgressões até a vinda de Cristo (neste caso ela tinha uma condição provisória). Ela fora dada para preparar o povo de Deus para a vinda de Cristo (neste caso ela possuia uma função preparatória).

Antes da Lei, o pecado já estava no mundo, mas a transgressão não. A evidência do pecado se encontrava no fato de que a morte reinava durante esse período, embora nao fosse possível nenhuma transgressão como a de Adão. Pois não pode haver transgressão enquanto não for estabelecido um padrão que defina os limites (Romanos 4.15 e 5.13,14)).

A Lei torna claro o que é pecado, especificando as transgressões; neste sentido ela converte o pecado em transgressão, ela torna visíveis o pecado e o seu alcance, ea capacita os homens a reconhecerem a sua pecaminosidade (Romanos 3.20 e 7.7). O homem pode pecar por ignorância, mas transgride apenas quando tem um padrão reconhecido do que é reto, e foi para isso que a Lei foi introduzida.

No entanto, esta era apenas uma função interina da Lei. Ela devia continuar até que viesse o descedente a quem a promessa tinha sido feita.
Paulo se coloca contra os judaizantes, que consideravam a Lei como a perfeita e direta revelao de Deus. Paulo diz que ela foi ordenada por meio de anjos, pela mao de um mediador, obviamente Moisés.

(A tradição associando anjos com a outorga da Lei encontra-se na tradução, feita pela Septuaginta de Deut. 33.2 - Hb 2.2 e Atos 7.38, 53).

O difícil conceito pode ser que, embora a Lei tivesse sido mediada por Moisés como intermediário entre os anjos administradores e o povo que esperava ao pé do monte, a Aliança de Deus com Abraão havia sido dada diretamente; desta forma, ela é revelação superior à Lei.

Mesmo reconhecendo os méritos da Lei, há uma certa depreciação por parte de Paulo e para sanar ou ministrar tal insinuação, ele pergunta: "É a lei então contra as Promessas de Deus?" Em Romanos 3.31 a mesma preocupação é expressa, para que a exposição que ele faz da graça não destrua a Lei.

Ele procura mostrar a distorção do significado das passagens bíblicas da Lei, mostrando um falso pressuposto ("É a Lei contra as promessas de Deus?") e depois desfazendo as conclusões erradas (2.21b e 3.18a).

A premissa falsa: "Uma lei foi dada capaz de vivificar": A justiça é pela Lei.
A premissa verdadeira e conclusiva: Não foi dada nenhuma Lei que possa vivificar - a justificação não pode ser dada através da Lei. Ela vem pela fé.

A Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem; isto é, a Escritura aprisionou ou confinou todas as transgressões para que fossem resolvidas ou absolvidas por Cristo aos que crêem (Salmos 143:2 - Romanos 3;9-18 - Deut. 27:26).

Vv 23 a 29 - A fé já existia antes da Lei e também da vinda de Jesus (do jeito que está no v 23, alguém poderia pensar que a fé só apareceu com Jesus) (Hebreus 11.1,2).

Antes da vinda de Cristo, os judeus estavam sendo retidos em custódia pela Lei. Ela serviu para guiar ou levar os judeus até Cristo. Ela possuia várias conotações ou funções morais, educativas, espirituais, dependentes. Paulo não pensa em Cristo como Mestre e sim como Redentor; a vida cristã não é uma educação avançada, mas uma libertação da morte e uma entrada na vida.

Através de Jesus todos os homens podem se tornar filhos de Deus e não como ensinavam os judaizantes de que os gentios só podiam ser incorporados à comunidade da Aliança mediante a circuncisão e a lealdade à Lei. Batismo e revestimento de Cristo (da mesma forma como se veste uma roupa) são palavras sinônimas.

Os exclusivistas judeus sustentavam que o propósito de Deus ao criar os gentios foram providenciar combustível para o fogo do Inferno.

Não há homem nem mulher (Paulo cita homem e mulher porque há uma oração de agradecimento no Livro Judaico de Orações (vide oração abaixo), na qual a pessoa expressa gratidão a Deus por não ter nascido gentio, escravo e nem mulher). Ou seja, Paulo queria deixar claro que essa oração estava errada e que Deus não faz acepção de pessoas, a todos está estendida a graça de Deus, através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. No entanto, somente os que o aceitarem como único e suficiente Salvador desfrutarão da vida eterna com Ele, pois foram libertos do poder da morte.

(Oração do Rabi Jehuda
"Bendito seja Deus que não me fez gentio.
Bendito seja Deus que não me fez mulher.
Bendito seja Deus que não me fez ignorante.
Bendito seja Deus que não me fez gentio:
"porque todos os gentios são nada diante dele"(Jeremias 40,17)
Bendito seja Deus que não me fez mulher:
Porque a mulher não está obrigada a cumprir os mandamentos.
Bendito seja Deus que não me fez ignorante:
Porque o ignorante não se envergonha de pecar.)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Apocalipse 22:6-21 - Admoestações, Promessas Finais


A Mensagem Final dos Anjos vv 6 e 7 - A profecia terminou. O anjo-guia ou Cristo dá a sua autentificação à mensagem precedente.

A promessa - EIS QUE CEDO VENHO - sugere que o orador é o próprio Cristo. O anjo sanciona a veracidade do Apocalipse, o escritor afirma solenemente que foi Deus que deu esta profecia, o próprio Cristo deu a certeza de que a sua vinda será logo (este é o tema central do Apocalipse), há uma advertência para se prestar atenção à verdade profética do Livro.


Os ESPÍRITOS DOS PROFETAS sugere uma relação com o espírito de profecia de Ap. 19.10. - João, o profeta, considera o seu livro como profecia, pois recebera a revelação de Cristo (Ap. 1.3).


A Sexta Beatitude - Este bem aventurado é uma forma abreviada da primeira beatitude de Ap. 1.3, enfatizando apenas a conservância da profecia.


Vamos agora para o epílogo - vv 8 a 21.
Estes últimos versículo que formam o Epílogo estão cheios de autenticações, promessas, advertências e instruções.

Devemos interpretar estes versículos fazendo um paralelo com os do Prólogo (prefácio) pois o autor deve estar concluindo o Livro com o pensamento voltado para a Introdução.

Vejamos pois:


1. Deus autentica a profecia - Ap. 1.1 e 22.16


2. Jesus a endossa - Ap 1.1 e 22.16

3. Anjos são Seus mediadores - Ap. 1.1 e 22.16


4. Ela é profecia - Ap. 1.3 e 22, 6, 9


5. João se identifica e autentica a obra - Ap 1.1, 4, 9 e 22.8


6. O autor diz ser um profeta - Ap. 1.1, 9-11 e 22.8, 10

7. Ele determina que o Livro seja lido nas igrejas - Ap. 1.3, 11 e 22.16.


8. Ele encoraja os fiéis - Ap. 1.3 e 22.7, 12, 14


9. Ele adverte os ímpios - Ap. 1.7 e 22.11


10. Jesus vem logo - Ap. 1.3 e 22.7, 10, 12, 20.


Autenticação de João v v 8 e 9: João repete o seu nome e autoridade com que escreveu a profecia (Ap. 1.9-20).

Repete a proibição do anjo em Ap. 19.10 para enfatizar ainda mais que o homem precisa adorar a Deus e a ninguém mais.

A adoração de anjos ou a anjos é proibida.


Proibição de Selar o Livro - v v 10 e 11 - Os escritores apocalípticos frequentemente selavam as suas obras até um futuro distante, quando elas seriam abertas (Dn 8.26 e 12:4,9).

João recebeu ordens para não selar o seu livro, PORQUE PRÓXIMO ESTÁ O TEMPO. João, neste caso, é mais um profeta do que um apocalíptico. Ele não esconde nada. Torna público tudo o que Deus revelou. O injusto, o sujo, o justo e o santo fizeram as suas escolhas, que são irrevogáveis. Aqueles vão para o Inferno e estes para o Céu.


Promessa e Advertência - v v 12 a 15 - Cristo promete recompensa com base no que o homem fez (Ap. 20.12).

A Sétima Beatitude pronuncia bênçãos para aqueles cuja pureza lhes garante a admissão à vida eterna e os meios pelos quais eles a alcançarem (Ap. 1.3 - 14.13 - 16.15 - 19.9 - 20,6 e 22.7).

A expressão - de fora - significa que os ímpios jamais entrarão na Cidade Santa. Eles ficarão no Lago de Fogo (Ap. 20.15 e 21.8). A palavra cães era usada pejorativamente para indicar os abjetos, despresados e rejeitados. Frequentemente, designava os gentios, no sentido de que eles eram rejeitados ou impuros (Mat. 7.6 - 15.26, 27 - Mar. 7.27,28 e Fil. 3.2).


Autenticação Final de Jesus - v. 16 - Jesus autentica o Livro, referindo-se ao anjo que enviara, ao testemunho, que havia sido mencionado muitas vezes no Livro e às Igrejas, e pela sua própria declaração, dizendo-se a raiz e geração de Davi e a resplandescente ESTRELA DA MANHÃ (Ap. 3.7 - 5.5 - 2.28).


Um Convite Final - v 17 - João diz, depois dos atentados de veracidade do Livro, que o Espírito Santo e a Noiva se juntam para emitir um convite para que todos os ouvintes do Evangelho venham (VEM) e para repetirem o convite para que outros também venham (VEM).

Quem tem sede são os que têm necessidade da vida eterna ao lado de Jesus; ela é abundantemente e gratuita. Vem, receba de graça a água da vida.
Advertência de João v v 18 e 19 -

Os escritores antigos salvaguardam os seus livros com advertências ou maldições (Deut. 4.2 e 12.32).
João não está dirigindo ao escriba que poderia cometer um erro enquanto estivesse copiando os manuscritos. Ele está falando com todos os que ouvem a profecia. A Bíblia toda merece todo o nosso respeito em entendê-la e interpretá-la, mas este verso aplica-se apenas ao Apocalipse.

Conclusão da Carta v v 20 e 21 - Cristo, o autor da Carta, que testificou, repete a sua promessa. "Certamente cedo venho". Joao, o autor, responde: "Amém, vem Senhor Jesus". A reação de João é a tradução da mais antiga confissão cristã: "MARANA THA" = Vem Senhor Jesus.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Apocalipse 22.1-5 - Vida Eterna na Cidade Santa


V. 1 - Esta visão final da Cidade Santa nos mostra a belíssima esperança cristã: o rio da água da vida - a árvore da vida - Deus e o Cordeiro são o centro e a fonte de tudo - os filhos de Deus adoram e participam do Reino para sempre - todos os frutos malígnos estarão ausentes.

O clima seco de uma região desértica ou semidesértica contribuiu para que a água e a árvore se tornassem símbolos religiosos da Bíblia. Ambas foram duas coisas de muita necessidade para os moradores daquela região.

Água significa vida; o rio da água da vida simboliza a fonte da vida eterna. João está usando imagens do Velho Testamento (se espelhando) para ilustrar o significado e valor da água para os conceitos bíblicos:

a) Gênesis 2.10 - Havia um rio no Jardim do Éden.
b) Salmos 46.4 - Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus.
c) Ezequiel 47.1,2 - Havia um rio que fluía do Templo.
d) Zacarias 14.7,8 - Esperava um futuro em que correria água de Jerusalém em dois rios.

Já no Novo Testamento vemos em João 4.14 e João 7.38 a água simbolizando a vida espiritual e se relaciona com Apocalipse 7..7- 21.6 e 22.17.

Em Apocalipse 8.10 e 16.4 vemos as pragas ferindo as fontes de água doce aqui na Terra, porém na Nova Cidade haverá abundância de água viva.

Em Ezequiel 47. 1, 2 o rio flui do Templo, porém aqui ele flui do Trono de Deus e do Cordeiro, indicando o seu suprimento ilimitado.

V. 2 - Vemos no verso 2 que o rio corre no meio da praça principal da Cidade Nova, indicando a vida eterna que vem de Deus. A Árvore da Vida simboliza a vida eterna conforme Apocalipse 2.7, quando João disse para os Efésios que eles iriam comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus. Comer da árvore da vida é ter vida eterna. Ser negada a alguém a árvore da vida significa perder a vida eterna como está escrito em Apocalipse 22.19.

Em Ezequiel 47:12 vemos árvores de ambos os lados do rio que davam frutos a cada mês para alimento e as suas folhas eram para remédio ou cura. Embora João fale de árvore da vida, têm-se a idéia de um bosque de árvores de ambos os lados do rio.

Os doze frutos são possivelmente diferentes e simbolizam o suprimento abundante e regular.
A cura das nações que responderam com obediência em Ap. 7.9. E a - glória e a honra - que são possuídas pelas nações são dadas gratuitamente a Deus como vemos em Ap. 21.26.

Há aqui três coisas básicas e necessárias ao sustento da vida: água, alimento e saúde.

Este quadro visto por João através de uma visão é a terceira cena do quadro e simboliza a provisão destas três necessidades (água, alimento e saúde).

A água da vida e os frutos perpétuos da árvore da vida fornecem alimento e bebida e as folhas, que têm virtudes curativa, garantem a saúde. Juntas, estas três coisas simbolizam a nutrição e os cuidados que Deus dispensa aos Seus. Como poderá o homem viver para sempre?

Aqui temos a resposta, e ela nos vem lá do trono de Deus e do Cordeiro: "Deus tem tudo quanto é necessário à conservação da vida eterna do homem".

Vv 3 a 5 - Vamos interpretar os versos 3, 4 e 5 sobre maldição, trono de Deus e do Cordeiro e luz.

O Céu é o lugar onde Deus está juntamente com o Cordeiro de onde flui o rio. Não há mais necessidade de luz, porque o Senhor Deus os alumiará.

Os remidos servirão a Deus incessantemente, isto é, O adorarão.

Os remidos verão a Deus face a face.

Os remidos continuarão a ter os seus nomes em suas frontes, como uma constante confissão do senhorio dele e da identidade e segurança deles.

Reinarão pelos séculos dos séculos, isto é, reinarão eternamente (Ap. 1.6 - 5.10 - 2.26 - 3.21).

Este reinado tem início já aqui na Terra na vida da Igreja.

A presença de Deus exclui automaticamente a maldição do Novo Éden.

A noite, com as suas turvas e incertezas, é um símbolo do mal conforme João 3.19 em que os homens pecadores amavam mais as trevas do que a luz. Os remidos viverão para sempre na luz do Senhor Deus.

Esta é a resposta de Deus ao homem que quer conhecer alguma coisa da vida futura. Simbolicamente Deus lhe diz: "O Céu é um lugar de comunhão perfeita, de perfeita proteção, de perfeita provisão das necessidades, de serviço perfeito para Deus".

Como é grande e forte aqui o contraste entre o destino dos ímpios e o destino dos remidos do Cordeiro.

sábado, 14 de novembro de 2009

Apocalipse 21:9-27 - A Nova Jerusalém


v. 9 e 10 Finalmente o alvo está à vista. João e os crentes perseguidos viajaram por um caminho longo e difícil. A vitória está à vista. O anjo-guia é um dos sete anjos que tinha as sete taças da ira de Deus (Ap 17.1).

A noiva coloca-se em agudo constraste com a prostituta. E Ap. 19.9 João falara sobre as bodas. Chegou a hora. Porém, a descrição que se segue é de uma cidade e não de uma mulher. Contudo, a cidade é personificada e se junta ao Espírito para fazer o convite final do livro (Ap. 22.17). (A expressão "em espírito significa em transe).

O grande e alto monte não existe no mapa. Os montes têm significado simbólico. Eles são associados com o Céu ou com o Trono de Deus (Isaías 2.2 e Miquéias 4.1).

A santa cidade parece estar descendo do Céu à Terra. Esta visão une Céu e Terra (a Terra estivera sob o domínio do Mal), mostrando uma completa vitória da redenção de Deus.

Vimos no verso 2 a descida da cidade santa e agora estamos vendo novamente. Isso não quer dizer que ela desceu duas vezes. A primeira referência é prepatória e a segunda é a descida propriamente dita.

v 11 12 13 A primeira impressão de João foi de que a cidade santa era gloriosa e radiantemente bela, fulgurosa e iluminada. Os anjos são os guardas das portas (Isaías 62.6). Os nomes das doze tribos de Israel escritos nas portas indicam que o povo de Deus é completo. Os doze fundamentos são doze pedras enormes com os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro, indicando como a Igreja é completa (Ezequiel 48.30-35 e Efésios 2.20).

v 14 Ao descrever a cidade santa é provável que João pretenda que estas características simbolizem apenas uma grandeza que vá além da medida e da descrição propriamente ditas.

v 15 A forma da cidade, provavelmente, foi ditada pela forma do Santo dos Santos no Templo de Salomão (I Reis 6.20).

v 16, 17 As dimensões da cidade são de 12 mil estádios (2.220 km pois cada estádio mede 185m. Os muros mediam apenas 130 côvados (80m). O côvado tinha o comprimento do braço de um homem do cotovelo até a ponta do seu dedo médio, cerca de 18 polegadas ou 45 cm. Quando João fala sobre MEDIDA DE HOMEM E DE ANJO, ele quer dizer que o padrão de medida é o côvado humano, embora um anjo esteja medindo os muros (Ezequiel 40.5).

v 18 Material da Construção: embora a cidade seja apresentada por João em termos literais, como as medidas, as formas e o materal, parece que ele quer dizer que a cidade desafia qualquer descrição. As pedras preciosas são usadas como adornos das pedras fundamentais (Isaías 54.12 - Ezequiel 28.12-19 - Jó 28.12-19 e Êxodo 28.17-21 e 39:10-14).

v 21 As portas eram feitas de pérolas enormes (em Isaías 54:11, 12 era de carbúnculos). Obras judaicas pós-cristãs falam de portas de cidades feitas de uma única pérola. A cidade era feita de ouro puro e semelhante a vidro límpido, significando sua magnificência e pureza.

v 22 A presença de Deus na Cidade Santa: Deus está presente com o Seu povo plena e permanentemente (versos 3 e 4). O Templo outrora simbolizava a presença de Deus e abria caminho para a linguagem da fé (II Coríntios 6.16). Agora Deus está presente, com o Seu povo, de tal forma que um Templo seria desnecessário.

v 23 A presença de Deus lança uma radiosa glória sobre a cidade, descartando a necessidade de luminares. Jesus é a sua lâmpada. Esta glória de Deus atrai as nações e os reis da terra.

v 24-27 Os reis da terra são muito importantes no Apocalipse, pois retêm o poder das estruturas políticas do homem, e, como tais, contribuem grandemente para a revolta contra Deus (Ap. 10:11 - 16:14 - 17.2 - 17:18 - 18:3 - 19:18, 19). Mas Cristo é o Príncipe e Soberano dos reis da terra (Ap. 1:5). Cristo é o Senhor dos senhores dos reis da terra e Rei dos reis (Ap. 17:14 e 19:16).

Assim, nesta vitória final, Cristo receberá as homenagens devidas a Ele da parte dos reis da terra.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Apocalipse 21:1-8 - Os Novos Céus e Uma Nova Terra


Na fé bíblica, a criação de Deus é boa, porém o pecado do homem corrompeu toda a criação, pensavam os escritores bíblicos. Eles pensavam sempre na obra redentora de Deus como veículo de uma renovação em Sua criação. Eles falavam de um Novo Céu e de uma Nova Terra e na dissolução da Terra anterior.

Isaías falou de uma tal nova criação do Céu e Terra (Isaías 65.17). Jesus falou de um Mundo Novo que se relacionaria como o Reino do Filho do Homem (Mateus 19.280. Paulo também falou da nova criação quando descreveu a transformação dos homens que criam em Cristo (II Coríntios 5.17 - Gálatas 6.15 - Efésios 2.15 e 4.24). Pedro também disse que os velhos céus e terra devem ser destruídos e substituídos por novos.

João relacionou SETE MALES que não existirão mais: mar, morte, pranto, lamento, dor, maldição e noite (Ap. 21:1 - 21.4 - 22.3 - 22.5).

Os escritores bíblicos sempre dividiam o ambiente natural do homem em CÉUS, TERRA E MAR.

João acreditava que a nova criação não teria mar. Ele tinha uma verdadeira aversão pelo mar por três motivos:

1) Os homens tinha muito medo do mar
2) No pensamento mitológico, o mar simbolizava o mal (Isaías 27.1 e 51.9 - Jó 26.12 e Ap. 13.1)
3) De Patmos, João via o continente, mas estava separado do seu rebanho pelo mar.

João não podia pensar na existência do homem fora da vida citadina. Esta cidade é Santa e Nova. É uma Jerusalém recriada, tendo sua origem no Céu.

A Jerusalém terrena tinha uma longa tradição e muitas memórias queridas para o povo de Deus, porém ela apedrejara os profetas e crucificaram a Cristo. A Nova Jerusalém devia ser considerada como uma nova criação de Deus, naturalmente aproveitando o que há de melhor na história de Jerusalém. v v 1 e 2.

Pela fé os crentes já conheciam a Deus. No Céu eles O conhecerão plenamente. Todos os olhos se focalizam em Deus, pois só Ele dá vida e significado à NOVA CIDADE.

A voz é a do anjo do Trono que vimos em Ap. 16.17 e 19.5; visto que Deus só fala mais tarde em 21:5.

A presença de Deus sempre foi simbolizada pelo Tabernáculo e pelo Templo, agora Deus estará presente pessoalmente.

Esta esperança milenar finalmente se realiza (Ezequiel 37.27). O pacto será conhecido plenamente: DEUS ESTARÁ COM ELES E ELES SERÃO O SEU POVO.

A presença de Deus conforta e dissipa os males que poderiam prejudicar o homem redimido. A intimidação que Deus causa, notada anteriormente, dá lugar à ternura pelo fato dEle limpar as lágrimas dos Seus filhos. v v 3 e 4.

Na criação inicial, Deus disse: "Haja ..." (Gênesis 1:3, 6, 14). É coerente portanto que Deus chame A NOVA CRIAÇÃO à existência. v. 5

Deus está cumprindo tudo o que Ele havia prometido e predito através do Apocalipse. O fim chegou e Deus autentica com a Sua autoridade ao dizer: "Eu sou o Alfa e o Ômega" v. 6.

A promessa de Deus - João está se referindo a um acontecimento futuro, porque Deus faz uma promessa para QUEM TIVER SEDE e quem vencer (aqueles que tiveram um anseio por Deus e sede de justiça conforme Mateus 5:6 e João 4:14 e 7:37 e o que vencer João se refere ao crente fiel, que vendo o mal e a tentação conforme Gálatas 4:7 e Romanos 8:17 v v 6-7.

Advertência de Deus - os medrosos são os que se retratam em face da perseguição (medo significa falta de fé).

Os incrédulos são os que foram infiéis quando provados ou os que rejeitaram a Cristo como Único e Suficiente Salvador.

Os abomináveis são os poluídos que participaram das impurezas da prostituta (Ap. 17.4).

Homicidas e adúlteros são duas classes comuns de criminosos, mas podem ser também aqueles que ajudaram a matar os cristãos e que participaram da idolatria do culto ao Imperador Romano.

Feiticeiros são os idólatras que ajudam a enganar o povo, levando-o a falsa adoração (Ap. 9:21 - 18:23 - 22:15).

Idólatras, que adoram deuses substitutos, e mentirosos são severamente condenados no Apocalipse, pois eles praticam toda sorte de falsidade. (Ap. 2:2 - 3:9 - 14:5 - 21:8, 27 - 22:15). v. 8.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Apocalipse 20:4-10 - Interpretação do Milênio


Alguns estudiosos acham que o Apocalipse revela todo o futuro da História (do Novo Testamente até a consumação da Era). Outros estudiosos acham que o Apocalipse revela a história da apostasia da Igreja Católica Romana (apostasia = abandono da fé).

Há ainda outros que nada acham no Apocalipse de valor permanente e o encaram como um apanhado de mitos primitivos cristãos sem nenhum significado para os nossos dias.

Para alguns ouros o Apocalipse trata de certos princípios sobre o modo pelo qual Deus lida com os homens através dos séculos.

Finalmente, outro grupo de estudiosos tem tentado descobrir o significado que tinha o Apocalipse quando foi escrito. Fazendo um paralelo daquele significado com o de hoje em dia de aplicação prática.

Todas essas tendências de pensamentos deram origem a determinados grupos de estudiosos que veremos a seguir:

1) Método de Interpretação Futurista - os defensores deste método encaram o Apocalipse como quase que totalmente escatológico (o fim da Era - a vinda do Senhor - o Reino do Milênio - a soltura de Satã - a segunda ressurreição e o Juízo Final). Isso do capítulo 4 ao 19. A maior parte dos defensores desse Método são literalistas. Escatologia é a ciência que estuda os final dos tempos.


Para eles não haverá Juízo Final com a vinda de Cristo e sim depois do reinado dEle por mil anos com os santos, que serão os crentes ressurretos assim que Cristo voltar. Eles crêem na vinda de um anti-Cristo pessoal que simboliza "o homem do pecado" de II Tessalonicenses capítulo 3.

Esse grupo acha que a Besta do Apocalipse é uma pessoa secular e má ou um chefe eclesiástico que estará no poder nos últimos dias.

Eles dizem que Jesus veio estabelecer o Milênio (Império Político Judaico Dominador do Mundo Inteiro), porém como os judeus o rejeitaram, o Milênio foi adiado para começar com a segunda vinda de Cristo. A Igreja foi introduzida como um parênteses e precisa ser arrebatada para que Deus e Jesus possam operar com o povo de Israel por mil anos.

Eles dividem a história bíblica em Sete Dispensações (Pacto, Tratados):


1 - O homem no estado de inocência - (Adão no Paraíso).

2 - O homem sob a consciência - (da expulsão do Paraíso até o dilúvio).


3 - O homem com autoridade - (do dilúvio até a confusão das línguas).


4 - O homem sob a promessa - (da confusão das línguas até a escravidão do Egito).

5 - O homem sob a Lei - (da escravidão do Egito até a crucificação).


6 - O homem sob a Graça - (da crucificação até a volta de Cristo).


7 - O homem sob o reino pessoal de Cristo - (o Milênio).

Após o Milênio começará o reino eterno em um novo céu e em uma nova terra.


2) Método de Interpretação Preterista - Esse método é praticamente oposto ao método futurista. A palavra preterista vem de pretérito que significa passado.

Os preteristas afirmam que todo o Apocalipse já se cumpriu nos dias do Império Romano.
Há dois grupos de preteristas: da direita e o da esquerda. A ala direita acha que o Apocalipse é literatura inspirada por Deus e que a maior parte do livro já foi cumprida na época do imperador Domiciano.

A ala esquerda acha que o Apocalipse não é literatura inspirada por Deus e só tem valor literário, como qualquer outra obra do tipo apocalíptico.

Ambas as alas acham que todas as profecias esctológicas já foram cumpridas (Daniel, Ezequiel, Apocalipse). As profecias do Apocalipse foram quase todas cumpridas nos primeiros séculos da era cristã, conflito entre o Império Romano pagão e o cristianismo.

O Apocalipse serviu para encorajar os cristãos nos dias da perseguição na Ásia Menor. O Juízo Final ainda aguarda cumprimento.

Eles dizem que o Milênio começou com a vinda de Jesus. Ele já cumpriu o Seu ministério (Mateus 28.18). Os mil anos do Apocalipse 20.2-4 simbolizam um período inciado por Jesus que fundou um reino espiritual aqui e que jamais será destruído - Daniel 2.35,44 - do qual as Igrejas são agências promotoras.

O Reino será consumado com a Sua segunda vinda, que será o fim do mundo. Por não crerem em um Milênio futuro, mas em andamento, são chamados de AMILENISTAS e como interpretam o Apocalipse simbolicamente, são chamados de SIMBOLISTAS.

3) Método da Continuidade Histórica (Método Contínuo + Método Histórico) - Esse método encara o Apocalipse como um prenúncio da História da Igreja por meio de símbolos. Acha que o Apocalipse profetiza em pormenores a apostasia da Igreja Católica Romana. Alguns defensores desse método são: Lutero, Wycliffe, Carroll, Fox, Alberto Barnes.


4) Método da Formação Histórica - Esse método sustenta que o autor do Apocalipse visou encorajar e edificar os cristãos de seus próprios dias.


5) Método da Filosofia da História - Esse método divorcia quase que completamente o Apocalipse da sua formação histórica. Seus defensores acham que o Livro nos revela princípios básicos empregados por Deus para lidar com todos os homens de todas as épocas.
Em geral, há três interpretação principais: pré-milenismo, pós-milenismo e não-milenismo ou amilenismo.

Os pré-milenistas ou futuristas crêem que Cristo voltará antes do Milênio, baseados no que a Bíblia diz literalmente. Cristo reinará na Terra (provavelmente em Jerusalém) por mil anos literais. As promessas feitas a Israel serão cumpridas. Este ponto de vista é judaísta quanto ao seu aspecto pois tem uma provisão especial para os judeus.

Muitas opiniões aparecem dentro do pré-milenismo, mas todas elas laboram sob a tarefa de colocar Cristo no Trono de um reino terrestre, como aquele que Ele rejeitou durante a Sua vida terrena.

Os pós-milenistas esperam a volta de Cristo depois do Milênio. Esperam mil anos de paz e justiça precedendo a volta de Cristo. Esta opinião floresceu no clima otimista da teologia liberal em que o Reino de Deus parecia estar vindo em resposta à justiça do hoem, mas as duas guerras mundiais e a degradação do século simplesmente destruiram esta opinião.

Os amilenistas (preteristas ou simbolistas) entendem que o Milênio designa o reinado de Cristo em sentido espiritual. Aceitam a volta de Cristo, aceitam o Juiízo e a ressurreição dos mortos, porém não aceitam um reinado literal de Cristo na Terra. Muitos deles acham que o reinado de Cristo começou na Sua vida e ressurreição. A volta de Cristo poderia acontecer a qualquer momento. Somente uma ressurreição e um juízo marcarão o fim da História.

Eles não aceitam um reinado interino entre a História e a eternidade.
O reino temporário de mil anos parece ter originado-se da esperança profética do Velho Testamento, que insistia em dizer que Deus estabeleceria o Seu reino na Terra. Os profetas esperavam que Deus julgasse o mal em Seu mundo no Dia do Senhor. Deus viria e estabeleceria o Seu Reino na Terra. Desenvolvendo o pensamento messiânico, ele tornou-se relacionado com o Dia do Senhor.

O pensamento apocalíptico acrescentou a idéia de que o mundo era tão mau que o Reino de Deus precisaria irromper de fora para dentro. Esse conflito levou à idéia de um reinado temporário, antes do reino final de Deus.


Várias obras não-bíblicas (apócrifas) do período do Novo Testamento lançam alguma luz sobre o assunto:


II Esdras (IV Esdras) 7:26-30 fala de um reino messiânico temporário de 400 anos em que o Messias reina. Depois de 400 anos, Ele morre, em seguida a um período de 7 dias de silêncio, acontece uma ressurreição.


II Enoque 32:2 - 33:2 - Uma visão apocalíptica do mundo atual apresenta um esquema de história em que o tempo é dividido em períodos de mil anos cada um. O oitavo período de mil anos é a época eterna. Embora não se mencione nenhum messias, o sétimo período pode ter sido paralelo ao reinado messiânico milenar.

II Baruque 39 e 40 fala de um messias que será revelado no fim do último reino de uma série de quatro. O quarto período é notório pela iniquidade. O Messias julgará o Mal e reinará enquanto a corrupção durar na Terra.


Muitas passagens no Novo Testamento falam da volta de Cristo, porém não devemos confundir esta esperança com a esperança milenar. Elas não são a mesma coisa. Só uma delas sugere um interregno (intervalo entre dois reinados) na Terra (I Coríntios 15:23-28).

Cristo entregará o reino a Deus, depois de estabelecer soberania sobre todas as coisas, mas isso pode não se um interregno.
As outras passagens falam da volta, ressurreição e juízo de Cristo, mas nunca aludem a qualquer tipo de Milênio (Marcos 13 - I Ts. 4.13-18 - II Tx 2:1-12 e II Pedro 3:1-12).

A expressão MIL ANOS pode simbolizar simplesmente COMPLEMENTAÇÃO ou PERFEIÇÃO, no Apocalipse.

No Salmo 90:4, mil anos para Deus são apenas como o dia de ontem.

Em II Pedro 3:8, mil anos para Deus são como um dia.

Sendo assim, OS MIL ANOS é o reinado do Messias, indefinidamente longo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Apocalipse 20.1-15 - O Milênio e o Juízo Final


Chegou a hora de Satanás ser amarrado. Esta é uma vitória cósmica; a remoção do rei do mal. O anjo deve ser o de Ap. 9.1 visto que ele
tem a chave do abismo. O abismo está sob a jurisdição do Céu.
João usa 4 símbolos para retratar a limitação de Satanás: a chave, a cadeia, o abismo e o selo sobre a sua porta.

A segurança do abismo é garantida porque a sua chave é guardada no Céu, a grande cadeia impede a atividade de Satanás durante o seu confinamento, o sábado é seguro por si mesmo e o anjo selou, possivelmente com o selo de Deus, para impedir qualquer falsificação.

A soberania de Deus está patenteada pois não houve luta para o anjo prender Satanás.

Se a luta entre Deus e Satanás fosse literal, por que meramente lançá-lo no abismo? Por que não destrui-lo completamente? Por que libertá-lo depois de mil anos? Que reinvindicação Satanás pode fazer diante de Deus?

Vamos dedicar as próximas linhas à busca dessas respostas. Adianto, porém, que João não está escrevendo sobre o destino ou os direitos de Satanás. Ele está retratando a vitória cristã.

João repetidamente retratou o caráter temporário da vitória do mal ao usar: "3,5 anos - 1 tempo - e tempos - e metade de um tempo - 42 meses - 1260 dias - por 1 hora (Ap. 17.12)". Enfatizando sempre a brevidade do poder do Mal em contraste com o poder de Cristo com um reinado de mil anos.

Não há razão aparente para a libertação de Satanás, a não ser que se creia que a sua influência maligna seja necessária, para peneirar ou testar os crentes convertidos durante esse período de mil anos. O homem é livre para escolher o seu caminho espiritual, pode seguir a Deus através de Jesus Cristo ou a Satanás.

O homem só não pode escolher o seu destino ao partir para a eternidade. Essa história de reza, missa, oração, promessa, vela, choro é vã. Não há poder aqui na Terra que tire uma alma ou espírito do Ceu ou do Inferno. Se assim fosse, não precisari Jesus ter vindo à Terra para morrer por nós.



O que fazer então? Antes de morrer o ser humano precisa se arrepender de seus pecados, confessando os pecados a Deus com sincero sentimento de arrependimento por ter ofendido a um Deus Santo, e entregando a vida a Jesus, aceitando como único e suficiente Salvador.


Durante o Milênio, Satanás ficará preso. Os mártires, crentes fiéis, ressuscitarão dentre os mortos no começo do reinado de Cristo na Terra e participarão do reinado assentados em tronos. O estado deles é de bem-aventuranças porque não temem a segunda morte e servem a Deus e a Cristo como sacerdotes (segunda morte significa a morte espiritual).

João está perfeitamente convencido da vinda de Cristo para estabelecer a Sua soberania. João falou sobre o triunfo temporário do Mal em muitas passagens quando falou da obra de Satanás através do Dragão e de suas Bestas em que os cristãos foram mortos nessa luta. João proclama que Jesus reinará na Terra, cenário da curta vitória do mal.

Os intérpretes diferem quanto a sua maneira de entender o Milênio: 1 - Alguns consideram o Milênio como um evento futuro que se cumprirá literalmente na Terra com Cristo reinando sobre o mundo de crentes e incrédulos e...


2 - Outros consideram o Milênio em termos espirituais como o reinado que pode ter começado até já por ocasião da ressurreição de Cristo.


A Primeira Ressurreição; apenas os mártires que foram decapitados por causa do testemunho de Cristo serão ressuscitados. Os outros mortos serão ressuscitados após os mil anos. (Não há porém evidência bíblica que confirme a idéia de que os mártires serão ressuscitados separadamente ou anteriormente aos outros.).

A Libertação de Satanás: João diz que Satanás ficará preso por mil anos no verso 3, porém nos deixa no escuro no que tange a sua libertação. João sabe que Satanás não é uma ameaça para Deus, porém admite que ele possui uma espécie de poder na Terra. Talvez a tentação de Satanás garantiria a autenticidade da fé dos que haviam crido durante o Milênio. Ou, possivelmente, João não pode pensar na existência terrena sem a presença do poder maligno. O objetivo de Satanás É ENGANAR AS NAÇÕES de toda a Terra, liderando-as em sua última batalha. Parece que o Mal sempre combate contra Deus, a batalha do Armagedom não foi suficiente pois agora depois de mil anos estas nações malignas se preparam para uma nova batalha contra Deus estimuladas por Satanás.

Gogue e Magogue são expressões de Ezequiel capítulos 38 e 39. Em Gênesis 10.2 e I Crônicas 1.5 vemos Magogue relacionada na tabela das nações descendentes de Jafé (filho de Noé) porém não se conhece nenhum país verdadeiro com esse nome.

Um rei chamado Gogue de Megogue foi incitado para lutar contra Israel. Nesta passagem se diz que Deus causou uma terrível destruição em Gogue e suas nações, de forma que as aves e os animais se fartaram com os seus cadáveres. Ainda se enterrava os cadáveres sete meses depois.

Na época em que o Apocalipse foi escrito havia histórias populares de que Gogue e Magogue apareceriam durante ou depois do reino messiânico.

V. 9 - Essas nações são inumeráveis. Elas cobrem toda a Terra; cercam os santos e sua cidade querida, que teria que ser Jerusalém (caso se queira designar uma cidade literal). Porém não há batalha, literalmente falando. v. 10 - O fim de Satanás - O Diabo agora é julgado e lançado no Lago de Fogo para se juntar aos seus cortesãos (a Besta e o Falso Profeta). Este é o julgamento final de Satanás; ele será atormentado para sempre (Ap. 19.20).

v. 11 - O Grande Trono Branco - Este Trono não deve ser o mesmo de Ap. 4.2 visto que aquele estava no Céu, e é provável que os ímpios sejam admitidos no Céu para julgamento. Embora o julgamento tenha sido dado a Cristo (João 5.22 e II Coríntios 5.10), em alguns casos, é o Pai que se assenta nele (Ap. 5.1, 7, 13). Deus é tão majestoso que FUGIRAM A TERRA E O CÉU de Sua presença ( o céu pode ser o natural ou firmamento, como o lugar da presença de Deus).

V. 12 - O Juízo Final - O drama chega ao clímax na cena do julgamento. O destino eterno do homem está na balança. O relato é surpreendente breve, descrito em apenas 4 versículos. Notamos que a cena do julgamento está diante do Grande Trono Branco e o próprio Deus é o Juiz.

V 13 - Os réus - A primeira ressurreição havia destacado apenas os mártires no verso 4. Esta ressurreição geral inclui todos os mortos e nada diz respeito aos que ainda estão vivos. A morte e o Hades (Ap. 6.8) são personificados aqui e são inimigos do homem. A morte se relaciona com o pecado do homem e sua separação de Deus. E o Hades, segundo se pensava, era a prisão em que os mortos ficavam detidos. Onde quer que o homem esteja (no mar, no hades, na Terra, nas cinzas) tem que se apresentar diante de Deus após receber o seu corpo de volta e ser transformado em corpo espiritual.

Os Livros de Evidências - Os dois livros são diferenciados, um contém os registros dos atos das pessoas em vida e o outro é o Livro da Vida, em que estão relacionados os remidos. Este livro é muito importante para João (Ap. 17.8). O Livro da Vida é também chamado de O Livro da Vida do Cordeiro (Ap. 21.27). Outros escritores bíblicos também falaram deste livro (Êxodo 32.32 - Daniel 12.1 - Filipenses 4.3). Falaram também de nomes serem escritos no Céu (naturalmente no Livro da Vida) (Lucas 10.20 e Hebreus 12.23).

Se o nome de alguém é escrito no Livro da Vida, é-lhe garantida admissão à presença de Deus para receber os parabéns, as boas vindas, o galardão. Porém se o nome não estiver lá, certamente será rejeitado (Ap. 3.5 - 13.8 - 20.15 e 21.27).

v. 15 - O outro livro (ou outros livros) de registros celestiais são abertos por ocasião do Juízo pois nele estão os atos dos homens (Daniel 7.10 - Malaquias 3.16). Ninguém pode ser julgado e condenado sem defesa, assim tudo que o homem fez será mostrado como um filme. Após a leitura o homem infrator será lançado no Inferno onde haverá pranto e ranger de dentes.

A Base do Julgamento - A brevidade e simplicidade da narrativa de João acerca do Juízo Final é surpreendente. Os hoomens serão julgados SEGUNDO AS SUAS OBRAS na vid
a e por estarem ou não com os seus nomes escritos no Livro da Vida. No primeiro caso o homem é julgado com base no que ele fez com o que tinha na vida e no segundo de conformidade com a sua fé e decisão, através de que a pessoa se declara a favor de Deus. Assim, o homem se julga a si mesmo pelo registro que envia diante de sim e pela sua fé em ser identificado com Cristo e com os Seus seguidores.

A Segunda Morte - Ser lançado no Lago de Fogo é a segunda morte. Morte significa mais do que a cessação do processo vital - Viver é estar com Deus e morrer é separação de Deus. A segunda morte é a separação final e completa de Deus (Ap. 19.20 fala do Lago de Fogo).

A brevidade de João é dramaticamente impressionante. Suscintamente ele expressa o triste fim dos condenados (ladrões, sequestradores, viciados, corruptos, idólatras, adúlteros, enfim, pecadores que não se arrependeram de suas más obras.)
Mas ainda há tempo para o arrependimento, confissão, conversão para que o seu nome seja escrito hoje mesmo no Livro da Vida do Cordeiro. Tome a decisão hoje, agora mesmo.

Ninguém pode fazer isso por você. A decisão é sua. Confesse-lhe os pecados, provando seu arrependimento com uma oração sincera e aceite Jesus como seu único e suficiente Salvador.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Apocalipse 19.11-21 - Vitória de Jesus contra a Besta e o Falso Profeta


Muitos estudiosos acham esta visão como a mais vívida e detalhada da volta de Cristo e a comparam com I Tessalonicenses 4.16-18. Contudo, o texto não indica uma volta de Jesus à Terra desta vez e sim uma descrição de Cristo no Céu O Cristo celestial agora está pronto para a grande batalha. João descreve o Senhor Jesus através de sete termos identificadores.

1 - Ele monta um cavalo branco - simboliza o vencedor e a vitória (não confundir com Apocalipse 6.2)
.

2 - Os Seus olhos são como chama de fogo - veja comentário sobre Apocalipse 1.14 e 2.18.

3 - Ele usa muitos diademas sobre a Sua cabeça - em contraste com Apocalipse 12.3 e 13.1 (Dragão, Besta).

4 - Ele tem um nome secreto inscrito que só Ele entende - visto que outro nome está escrito em Sua roupa, é provável que este primeiro nome esteja em Sua cabeça ou nos diademas.

5 - Ele veste um manto salpicado de sangue - Há três principais interpretações a respeito desse sangue:

a) sangue do Cordeiro.

b) sangue dos inimigos de Cristo e c) sangue dos mártires.

(Visto que Cristo aparece aqui como guerreiro e não como Cordeiro, dizem que o sangue não pode ser dEle).

(Alguém diz que o sangue é dos inimigos de Cristo e a visão se relaciona com Isaías 63.1-4).

(Outro diz que o sangue é dos reis partes de 17.14).

(Outro diz que o sangue é de inimigos de Cristo que ainda serão mortos).

(Outro ainda diz que o sangue é dos mártires e que há uma conexão com Apocalipse 14.18-20).

Ninguém é o dono da verdade e por isso mesmo coloquei várias hipótese para que os irmãos e amigos tomem conhecimento. O livro é realmente de difícil interpretação. 6 - Cristo tinha uma faca afiada em Sua boca - significa que a única arma de Cristo é a Sua Palavra (Ap. 1.16 - 2.12,16 - 19.15 - Isaías 11.4 - 49.2 - Efésios 6.17 e Hebreus 4.12).

Rei dos reis e Senhor dos senhores - Cristo aparece em grande majestade, sobre o cavalo branco, de vitória, de olhos flamejantes, diademas em abundância, um nome secreto, uma roupa manchada de sangue, a Sua Palavra pronta para ferir e usando o título supremo de soberania. Vamos ver agora os nomes dados a Cristo pelo apóstolo João: 1 - Fiel e verdadeiro V 11 - Veja comentário a respeito em Ap. 1.5 e 3.7,14

2 - Nome secreto V 12 - Conhecer o nome de Deus é muito importante, como foi no caso da votação de Moisés (Êxodo 3.14). Conhecer o nome de Deus é estar em comunhão com Ele e poder falar com Ele através da oração. Este nome de Jesus está relacionado com Ap 2.17 - 3.12 e 14.1

O Dr. Rist crê que o nome é "Jesus" porque seguindo a mesma criptografia que identifica o anticristo como 666, verificar-se-á que Jesus é 888 pois em Gematria (ciência que estuda o significado dos números na Bíblia) o nome IESOUS CHRISTOS alcança o valor total de 888.

3 - Verbo de Deus - V 13 - Deus falou nos dias do Velho Testamento de várias maneiras, agora pronunciou a Sua mais clara mensagem para os homens, em Jesus Cristo, o Verbo de Deus (Isaías 55.11 - Gênesis 1 - I João 1.1 e Hebreus 1.2).


4) Reis dos reis e Senhor dos senhores V 16 - Na predição de Sua batalha contra os reis em Apocalipse 17.14 Ele tem o mesmo título, mas os termos estão invertidos. A Sua soberania completa é retratada neste nome.


Vamos ver agora o Seu Exército - Os exércitos que estão no Céu são identificados, por alguns como hostes angelicais e por outros como mártires.
Os cavalos brancos simbolizam vitória. Cristo fala em Mateus 26.53 em legiões de anjos, mas é um símbolo para se referir à proteção de Deus, pois tais tropas não estão paramentadas para a batalha, elas vestem roupas de LINHO FINO, BRANCO E PURO.

A descrição sugere os mártires que seguem a Cristo (Ap. 14.4). Os cristãos receberem a promessa de compartilhar do reinado de Cristo (Ap. 2. 26, 27). Os seguidores de Cristo, quando atacado pelos 10 reis, foram descritos como: chamados, eleitos e fiéis em Ap. 17.14 e isto não queria referir-se aos anjos. Os mártires haviam sido vitoriosos em vida, e agora participar da vitória final de Cristo.


A missão de Cristo - A esperança messiânica consiste no Messias executar o Juízo e guerrear contra os inimigos de Deus e de Seu povo. A tríplice missão de julgar, guerrear e reinar; agora é cumprida.

V. 14 O som militarista de FAZER GUERRA é simbólico, pois os seguidores de Cristo não carregam armas. A vitória de Cristo não foi através de uma guerra convencional e sim através da Palavra de Deus, pois Ela é mais poderosa do que qualquer arma humana.

V 17 Em Apocalipse 16.16 vimos a predição dessa Batalha que agora se cumpre. João não retrata a batalha propriamente dita e sim a convocação, os adversários e um visão dos derrotados, com seu horrível massacre. Este parágrafo é muito semelhante a Ezequiel 39.17-20. Aparentemente, João usa este horrível massacre para descrever a queda do mal. O massacre é horrível e cruel, contrastando com o banquete das Bodas do Cordeiro de Ap. 19.9.

V. 17 A CONVOCAÇÃO PARA A BATALHA: O anjo coloca-se em pé no Sol e fala com grande voz para que todos possam vê-lo e ouvi-lo. O chamado foi para a Grande Ceia de Deus (Ezequiel 39.17) para comer carnes de homens e de animais (simbolicamente).

V. 18 O EXÉRCITO DO MAL - As forças do mal eram dirigidas pela BESTA do capítulo 13. As suas forças incluiam os reis da Terra (Ap. 6.15, 16.14 e 17.2) e seus exércitos. João procura mostrar todos os poderes da Terra coligados sob o domínio da Besta, atacando Cristo e Seus seguidores.

A DERROTA DO MAL VV 18 a 21 - João não fala de batalha terrestre (pois a guerra é espiritual) e sim de derrota. A Besta é capturada com o seu lugar-tenente (o falso profeta) que foi identificado como o culto religioso romano (Ap. 13.11-18). Ele usara sinais enganosos para iludir o povo (Ap. 13.17 - 14.9.11 e 16.2).

Esses líderes foram lançados no lago de fogo. Os demais seguidores da Besta foram mortos ou derrotados pela Palavra de Cristo. Parecia um campo de batalha coberto de cadáveres, sendo comidos por corvos. Esta guerra simboliza a luta das forças do mal contra Deus, que finalmente as vence.


O Apocalipse não usa a palavra "inferno", fala de Lago de Fogo (Ap. 19.20 - 20.10, 14, 15 e 21.8). No Velho Testamento, SHEOL era o reino escuro e triste dos mortos. Nas traduções gregas, SHEOL aparece ou é traduzida com HADES, que significa a morada dos mortos.

Devido a sua natureza destrutiva, a idéia de FOGO desenvolveu-se durante o período intertestamentário.

Jesus se referiu à morada dos mortos como lugares de SOFRIMENTO para os ímpios e de bênção para os justos (não moradas permanentes e sim temporárias - Lucas 16.19-31).

O Seio de Abraão é bom e agradável, enquanto o HADES, anteriormente morada dos mortos, agora tem fogo (A parábola do rico e Lázaro - Lucas 16.19-31). Embora esta cena seja o lado de cá do Juízo Final, tem uma nota de permanência no grande abismo.

O termos Inferno (GEHENNA) herdeou algumas de suas imagens do Vale de Hinon que ficava perto de Jerusalém, que era usado como monturo, lixão da cidade. O fato dele queimar continuamente expressa devastação, julgamento e rejeição (Marcos 9.42-50).

Em Mateus 25.41 vemos que o Filho do Homem entregará os ímpios ao FOGO ETERNO, PREPARADO PARA O DIABO E SEUS ANJOS. No versículo 20 vemos o cumprimento da profecia de Jesus quando ainda estava humanizado aqui na Terra.

No Apocalipse, o ABISMO é uma habitação preliiminar de anjo decaídos, demônios, a Besta e o Falso Profeta (Ap. 9.1 - 2. 11 - 11.7 - 17.8 e 20.1,3). A sua natureza temporária é vista em Ap. 17.8 contrastando com PERDIÇÃO.

O LAGO DE FOGO é o termo usado por João para designar GEHENNA ou INFERNO. É uma habitação permanente para a BESTA, o DIABO, o DRAGÃO, o FALSO PROFETA (Ap. 19.20 e 20.10).

A morte e o HADES serão colocados ali - Ap. 20.14 - todos aqueles cujos nomes NÃO estão no Livro da Vida irão para o Lago de Fogo - Ap. 20.15 - todas as pessoas ímpias irão para esse lugar de castigo permanente - Ap. 21.8.

Apesar dos protestos morais dizerem que castigo sem esperança de libertação é contrário à natureza de Deus, João considera o LAGO DE FOGO como um lugar eterno de punição. Mas é essa a punição que os homens escolheram: viver eternamente sem Deus.

"Ora, sem é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam." Hebreus 11.6

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Apocalipse 19.1-10 - Alegria e Triunfo no Céu


A destruição e o julgamento de Roma são exaltados por uma grande multidão celestial, provavelmente a multidão de Ap. 7.9 ou o exército angelical de 5.11 com aleluias (Louvai ao Senhor). A fumaça subindo é evidência perpétua de que o Juízo de Deus é inapelável e não significa que a fumaça das ruínas de Roma fossem vista eternamente.

Os atendentes permanentes (anciãos e querubins) do trono de Deus proclamam a sua aprovação do julgamento de Deus. O quarto aleluia exorta todos os servos a louvar a Deus. O uso da expressão - nosso Deus - sugere que Cristo é o orador. v v 1-5.

A expressão "também ouvi" do verso 6 indica a mudança na direção do drama. O aleluia louva a Deus pelo que está vindo, e já está presente por antecipação. A grande multidão pode ser a mesma do verso 1, porém pode indicar a multidão de Ap. 1.15 e 14.2 por causa dos fortes trovões.

Durante a pecaminosidade do homem, o mundo de Deus sofreu abusos, o povo de Deus foi oprimido, mas agora Ele assumiu o controle ativamente. O Seu reino prometido e conhecido parcialmente por Seus fihlos chega à Terra em sua plenitude.

PARA AS BODAS PREDITAS João reúne várias idéias simbólicas: o reinado de Deus (festa), Israel (noiva de Yahweh) e as vestes (pureza).

O chamado ao regozijo e à glorificação de Deus é justificado pela promessa das bodas iminentes. Está é uma predição da consumação final, que vai acontecer no capítulo 21.11 até o capítulo 22.5.

No Velho Testamento a noiva era Israel (Isaías 54.5,6 - Ezequiel 16.8-14 e Oséias 2.19, 20 e no Novo Testamento a figura da noiva é usada para mostrar o amor de Cristo pelos Seus fiéis seguidores (Mateus 22.1-14, 25.1-13 - Marcos 2.19, 20 e João 3.29).

Após a ressurreição, a figura da noiva passou a descrever a relação entre Cristo e a Igreja conforme vemos em II Coríntios 11.2 e Efésios 5.22-27.

No Apocalipse, a noiva é a Igreja Geral ou Universal, chamada algumas vezes de Cidade Santa ou Nova Jerusalém (Ap. 21.2).

João coloca esta noiva em contraste com a grande prostituta do capítulo 17. João menciona quatro mulheres no Apocalipse: Jezabel em Ap. 2.20 - a mãe do capítulo 12 - a prostituta do capítulo 17 - a noiva deste capítulo 19.

A mãe celestial era Israel celestial ou ideal, que deu à luz ao Messias. A prostituta babilônica era Roma ou a grande cidade do homem. A noiva é a Igreja na Terra, que aguarda a vinda de Cristo.

Alegria é o tom dominante pela preparação da noiva. Vestido resplandecente e puro simbolizando pureza e simbolizando as obras puras dos santos.

O anjo guia do capítulo 17 profere a quarta beatitude para os que são chamados para as bodas do Cordeiro (Ceia das Bodas do Cordeiro). O Reino do Céu inclui uma idéia de casamento ou de festa de casamento (Mateus 22.1-14 e 25.1-13).

Um banquete messiânico era previsto em conexão com a vinda do Messias. João combina estas idéias com a CEIA DAS BODAS DO CORDEIRO.

O anjo autenticou esta seção - Ap. 17.1 a 19.9 - dizendo: ESTAS SÃO AS VERDADEIRAS PALAVRAS DE DEUS.

Embora o anjo estivesse falando já há algum tempo, João ficou extasiado com referência ÀS VERDADEIRAS PALAVRAS DE DEUS e se lançou aos pés do anjo, como para adorá-lo, porém o anjo o repreendeu como a dizer: TODAS AS CRIATURAS, HUMANAS E ANGÉLICAS, ADORAM SÓ A DEUS.

Há religiões profanas e até "cristãs" que obrigam os fiéis a adorar, venerar, se humilhar, se arrastar diante do líder através de reverências, beijos, saudações, bajulações, etc. Essa prática contraria a Bíblia Sagrada, pois todos nós somos iguais aqui na Terra. Nem os anjos merecem adoração e culto. Se um anjo que vive ao lado de Deus não merece e nem aceita ser adorado, o que dizer de um pobre mortal, comedor de angu e farofa? Vamos deixar de ser lacaios, capachos e acima de tudo ignorantes a respeito disso. Somente a Deus está reservada a adoração, hoje e sempre!

O TESTEMUNHO DE JESUS é o testemunho que Ele deu em vida e na morte, que se tornou a base da vitória sobre o mal (Ap. 1.5 e 3.14).

QUE TÊM TESTEMUNHO DE JESUS menciona os que permanecem fiéis no princípio da vida de Jesus que é a doação de SI mesmo em fidelidade a Deus.

João considera o seu exílio como resultado de seu testemunho de Jesus (Ap. 1.1,9).

O Dragão estava irado com a descendência da mulher por causa do seu testemunho de Jesus (Ap. 12.17). Esta testificação é a marca registrada do discipulado. Não tem a ver com uma declaração verbal de fé; inclui uma vida dedicada a Jesus de tal forma que a pessoa se entrega totalmente.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Apocalipse 18:1-24 - Anúncio no Céu da Queda de Roma


O Mensageiro ou Anjo desceu do Céu com autoridade e brilho. Brilhava porque estivera recentemente na presença de Deus e agora refletia parte do esplendor de Deus para a Terra (Ezequiel 43.2). Os filhos de Deus demonstram sempre no rosto o brilho do Senhor Deus, sempre alegres, calmos, educados, solícitos, sóbrios, prontos para servir, embor sofrendo tribulações, perseguições, calúnias, difamações, apertos e todas as coisas inerentes aos seres humanos.

Babilônia continua sendo o símbolo para Roma (Isaías 21.9). João está tão certo de sua predição que declara a queda como se fosse um fato já consumado. O local será abandonado pelos homens, e será habitação de demônios e guarida de todo espírito imundo e de ave detestável (Isaías 13:21, 22).

Três acusações pesam contra Roma e justificam a sua queda e ruína: 1) Roma seduzira as nações, levando-as a beberem do seu vinho; 2) Roma seduzira os reis da Terra, levando-os à fornicação ou idolatria (Apocalipse 17:2 e 3). Roma gerou explosão econômica pois ela era amante de luxo, encorajava a ascensão de sua classe mercantil, cujos componentes se enriqueceram às expensas dos povos do mundo. v v 1-3.

Os cristãos são chamados para fora da cidade por uma voz não identificada, porém a expressão "povo meu" sugere que é Deus quem está falando.

Deus está frequentemente chamando o Seu povo para sair. Às vezes, a chamada tem conotação literal como em Gênesis 12.1 e às vezes simboliza o afastamento do mundo como em Efésios 5.7-11. João quer dizer, os cristãos devem viver em relacionamento correto com Deus, e não devem render-se à Roma.

Vamos ver as razões pelas quais João manda os cristãos sair de Roma em atenção à voz de Deus:

1) Perigo de serem participantes, pois a cultura da Grande Cidade tem encanto fascinador.

2) Se participarem dos pecados, estão automaticamente sujeitos às pragas.

3) Roma havia acumulado um montão de pecados. Quando se compra ações da Grande Cidade, está sujeito a lucros e perdas (Roma só poderia oferecer perdas espirituais).

4) Deus perdoa e esquece os pecados dos que se arrependem. Porém Ele lembra das iniquidades dos que não o fazem. Elas clamam como o sangue de Abel. Deus não pode ignorar o pecado, o castigo é inevitável. v v 4-5

O Castigo de Roma é coerente com o seu pecado. O Juízo de Deus é justo; ele é medido com base no que o acusado fez (Jeremias 50.15, 29 e 51:24.56).

O pagamento em dobro pelas obras não é uma severidade arbitrária; pecados como o de perseguir os cristãos têm uma seriedade cumulativa; resultam em outros pecados e sofrimentos; multiplicam os seus efeitos nocivos.

O beber... em dobro baseia-se no fato de que Roma havia embebedado as nações e agora recebe o mesmo castigo (Apocalipse 14:8.10).

Explicação para o castigo de Roma:

1 - Ela se gloriou.
2 - Ela dizia ser uma rainha auto-suficiente, suprema até em relação ao futuro.
3 - O Senhor Jesus é o Juiz de todos.

O amor desordenado do EU resulta em insubordinação contra Deus; é orgulho. Sendo o homem criatura de Deus tem a obrigação de glorificar a Deus e não a ele próprio. Gloriar-se a sim próprio é um pecado terrível. Roma enamorou-se de si mesma, enquanto esteve em delícias; merecia tormento e pranto (Isaías 47;5-11).

A sua completa destruição virá subitamente num mesmo dia. Roma, em todo o seu poder, está nua e sozinha diante de Deus, para responder pelos seus atos. v v 6-8.

Os que mais se beneficiaram através dos contratos com Roma foram os reis aliados, os mercadores e marinheiros. Por isso se lamentam com a sua súbita queda. Independente de sua motivação de lucro, eles deixam trair-se por um profundo amor por ela.

Os reis da Terra não são os partos ou os dez chifres de Ap. 17.14 que destroem Roma. Eles são os reis que havaim se juntado a ela e participado de sua grandeza às expensas da integridade deles próprios.

Eles amavam ao luxo tal qual Roma e assim se prostituiram com ela. Seu lamento por causa dela era genuíno; ironicamente eles se colocaram à distância dela vendo a sua queda. Ela foi abandonada pelos seus amantes adúlteros, na solidão de seu julgamento. De longe e com muito medo, os reis notam que toda a sua grandeza desmoronara numa só hora, que é o período de tempo dado aos reis que fazem guerra contra o Cordeiro (Ap. 17.12-14). A lamentação dos reis deve ser comparada à dos príncipes que se lamentaram pela queda de Tiro (Ezequiel 26.15-18). v v 9 e 10.

v 10 Roma era a capital comercial do mundo. Seus navios mercantes traziam bens de todas as partes do mundo conhecido.

A antiga Tiro havia sido a intermediária do mundo mediterrâneo. Ezequiel 27 fala isso ou disso. O porto romano de Óstia era um dos maiores centros comerciais da História.

Os mercadores da terra ou negociantes também eram desalmados pois choraram apenas porque ninguém comprava mais as suas mercadorias. Almas de homens eram os escravos trazidos juntamente com os animais. A desumanização moderna ou atual é econômica, política, militar e religiosa; como era em Roma.

O fruto que amadurece no final do verão ou começo do outono se foi. As coisas delicadas (alimentos delicados e ricos) e as suntuosas (vestes esplendoroasa e móveis caros) que chegavam a Roma como resultado das suas conquistas e sua política nacional já não existem mais.

As suas esperanças se foram para sempre, e nunca mais se acharão. Os reis da Terra reconheceram a queda de Roma como julgamento, porém os mercadores desprezaram qualquer significado; eles vêem apenas riquezas que foram assoladas. v v 11a.

Os pilotos eram os capitães que comandavam os navios. Marinheiros formam a tripulação do navio e os que navegam são os tripulantes, negociantes, turistas; passageiros de um modo geral.

Os viajantes do mar ficaram muito tristes (pó sobre as cabeças são cinzas como sinônimos de tristeza (Ezequiel 27.29-34).

O julgamento de Roma (v 20) está redigido de forma a dar entender que os marinheiros se dirigem às hostes de Deus com o anúncio do julgamento divino. Os intérpretes questionam com que base os marinheiros podiam dirigir-se ao Céu, aos santos e apóstolso e profetas com uma tal interpretação teológica. Entendemos que foi o Anjo que proferiu o versículo 20 e não os marinheiros.

Diz-se aos fiéis de Deus para se regozijarem, no entanto, não porque Roma caiu, mas porque Deus declarou o Seu julgamento contra Roma, e vindicou, justificou, a causa dos fiéis. v v 17 a 20.
Um anjo forte (veja Ap. 5.2 e 10.2) lançou uma grande pedra ao mar, simbolizando a subitaneidade e finalidade da queda (veja Jeremias 51.63. Este ato está aludindo à declaração de Jesus a respeito do julgamento de alguém que faça tropeçar um desses pequeninos (Lucas 17.2).

A Queda de Roma é retratada de maneira profundamente comovente por quatro termos: violência, permanência, silêncio e trevas.

A violência significa ímpeto intenso; a permanência sugere que ela NUNCA MAIS SERÁ ACHADA; silêncio e trevas simbolizam uma cidade caída, sem música, sem som. Um silêncio sepulcral e surdo, uma cidade solitária, calada, escura.

João escolheu a ausência de três sons; música, som de artífice trabalhando e voz de noivo e noiva.
A ausência de música é sinônimo de desolação total. A música do som das serras e dos martelos construindo casas e tudo mais. Depois da queda tais sons não serão mais ouvidos. Haverá somente o silêncio mortal da cidade caída, da cidade fantasma.

Em uma cidade viva e ativa ouve-se as vozes alegres das festas de casamento; na Roma caída essas vozes alegres não mais serão ouvidas.
As luzes das casas e das ruas embelezam a cidade, dão o seu encanto e amabilidade. Roma se vestirá de trevas como um "black-out" durante uma guerra. A desolação será total; os sons de artes, ofícios e de famílias já não são ouvidos; a sala de concertos, a oficina do ferreiro e a igreja estão silenciosos; os sons de alegria, de trabalho e de atividade no lar não mais se ouvem. (comentário Bíblico de Broadman).

O anjo termina a justificação pela queda de Roma com três razões:

1 - Roma usou o seu poder sobre o mundo para a sua própria exaltação.

2 -Enganou as nações com ou por feitiçarias ou magia negra, significando idolatria.

3 - Por ter matado os profetas e santos, o sangue deles clamava a Deus. Os cristãos haviam sido ensinados a suportar e não revidar.
Roma confundira amor com fraqueza.

A nação que mata os seus profetas e santos está conspirando a sua própria ruína.