terça-feira, 11 de agosto de 2009

Apocalipse 17:1-18 - A Queda da Prostituta


Um dos anjos que havia derramado a taça da ira de Deus tornou-se o intérprete de João. O anjo prometeu a João que lhe mostraria tudo a respeito da condenação da Grande Prostituta chamada Babilônia mas é comparada com a cidade de Roma.

Roma havia se tornado uma deusa-mãe, a quem se erigiam templos nas províncias, havia se tornado um objeto de adoração.

Parece falta de respeito João chamar Roma de prostituta, mas ele se refere a prostituição religiosa conforme o fez o profeta Naum com relação a Nínive (Naum 3.4) e também o profeta Isaías com relação a Tiro e Jerusalém (Isaías 2317 e 1.21).

Roma estava sentada sobre muitas águas, significa o seu poderio sobre numerosas nações, línguas e povos.

Roma se prostituiu com os reis das nações e seduziu os súditos dos reis, isto é, corrompeu os reis e seus súditos com a sua idolatria religiosa, impondo o culto ao imperador.

João foi levado no Espírito (transe, êxtase ou estado de inspiração) ao deserto. O deserto é um local adequado para o homem se encontrar com Deus. Moisés, Elias e João Batista se encontraram com Ele no deserto. Deus cuidou da mulher vestida do Sol no deserto (Ap. 12:1, 6).

Quando Deus quer conversar com os Seus filhos, geralmente chama-os para o deserto onde podem conversar, explicar, orar, chorar, implorar, exortar, ensinar, pedir...

Jesus procurava sempre os lugares sossegados para falar com o Pai e nós temos que fazer a mesma coisa. Isso não quer dizer que só devamos falar com Deus às escondidas. Não!

Podemos fazê-lo em qualquer lugar e a qualquer hora, todavia, tendo oportunidade, devemos procurar um lugar calmo. Não havendo deserto, temos o nosso quarto, conforme Jesus falou, ao nos ensinar a oração do Pai Nosso.

Cabe aqui fazer uma diferença entre rezar e orar. Rezar é sinônimo de repetição. Orar é conversar, usando palavras adequadas para cada problema, pois cada situação exige determinadas palavras levadas a Deus. Já imaginou se com os nossos filhos usássemos um livro com "rezas" prontas? O filho viria a nós com um problema atual e então pegaríamos o livro de rezas e começaríamos a repetir textos centenários. Isso não seria uma conversa genuína e não produziria comunhão harmoniosa. Nosso relacionamento com Deus tem que ser de Pai para filho e nossa conversa também, expondo-lhes os desejos do seu coração de um modo bem pessoal e único.

Em junho de 1998, minha esposa viajou da Bahia para Juiz de Fora-MG, a fim de fazer uma check-up no hospital militar e foi avisada que teria que fazer uma cirurgia. Ao ser comunicado, entrei em pânico, temendo a anestesia, por ela ser diabética, cardíaca e hipertensa. Antes de viajar fui a um Templo Evangélico orar e falar com o pastor. Oramos juntos:eu, o pastor e uma irmã em Cristo. Após 10 minutos, o pastor me disse: "Pode viajar em paz que tudo sairá bem. No próximo ano, ela virá a este Templo dar o seu testemunho". Viajei confiante, mas ainda preocupado e triste. Fui confortado no ônibus por uma outra irmã em Cristo, da cidade de Camaçari, que viajava para Angra dos Reis. Tudo se cumpriu ao pé da letra. O pastor viu o Senhor cuidando da sua ovelha no deserto. Louvado seja o Senhor!

João foi levado ao deserto para de lá ter a sua visão da grande prostituta, para ver melhor a grande cidade, da maneira como ela realmente era. Os nomes de blasfêmias eram os títulos de divindade erradamente atribuídos aos imperadores romanos. Roupas de púrpura e escarlata simbolizam a magnificência (grandeza) e o luxo da Roma imperial e as jóias mostram a sua riqueza.

O cálice de ouro mostra também riqueza e o hábito da prostituta de seduzir as suas vítimas embriagando-as. As abominações e imundícia significam profanação e idolatria. As sete cabeças e os dez chifres indicam o grande poder que ela exercia sobre as nações.As prostitutas romanas usavam diademas ou fitas na testa como o seu nome. A grande prostituta usava uma fita semelhante que a identificava como Babilônia, no entanto, não era senão Roma (João usava Babilônia para despitar os romanos).

Ela estava bêbada do sangue dos cristãos derramado por Nero e perseguições movidas pelo Imperador Domiciano.

A prostituta era sedutora, isto é, uma cidade bela, complexa, industrializada e totalitária. João ficou perplexo como nós ficamos hoje em dia com países de primeiro mundo e suas conquistas. Porém, o anjo advertiu a João contra tal reação de espanto prometendo decifrar o mistério da mulher e da besta de sete cabeças e dez chifres.

V. 7 A prostitua não está apenas intimamente relacionada com a besta; ela depende dela. A besta pode ser todo o Império Romano ou um único rei (em outras ocasiões).

V. 7 Recapitulando, tanto o Dragão Vermelho como a Besta do Mar tinha sete cabeças e dez chifres (Ap. 12.3 e 3.1). O Dragão foi identificado como Satanás e a Besta do Mar como agente de Satanás (A Besta era o Império Romano).

V. 8 João diz que a Besta (ou uma de suas cabeças) havia estado viva, está morta, porém espera-se que ela volte. João diz que a Besta é a oitava (oitavo rei) cabeça que faz parte das sete cabeças da Besta (o oitavo rei faz parte dos sete reis). Está difícil de entender, não está? Eu sei que o Apocalipse é de difícil interpretação, mas vamos com calma que a gente chega lá.

V. 8 Quase não há dúvidas de que João está falando de Nero redivivus. Os habitantes da terra são os seguidores da Besta, as pessoas não-regeneradas, os incrédulos que são seduzidas pela Besta ao ponto de se admirarem dela. São enganadas pelo fato de que ela era e já não é, e tornará a vir. Rejeitam a Cristo, que verdadeiramente era, foi morto e está vivo para todo o sempre, mas creram em um mito acerca de um César corrupto (Nero).

V. 9 Sabemos que Roma é conhecida mundialmente como "a cidades das sete colinas", isto é, ela fora construída sobre sete colinas. Então, as sete cabeças e os sete reis significam a cidade de Roma (as sete cabeças significam sete reias romanos).

V. 10 Vamos ver agora a relação dos imperadores romanos para que possamos entender melhor as palavras de João:

Júlio César - morreu em 44 a.C (foi assassinado pelo seu filho aotivo Brutus)
Augusto - reinou de 31 a.C até 14 d.C
Tibério - reinou de 14 a 37 d.C
Calígula (Gaio) - reinou de 37 a 41 d.C.
Cláudio - reinou de 41 a 54 d.C.
Nero - reinou de 54 a 68 d.C.
Galba - reinou de 68 a 69 d. C.
Oto - reinou apenas em 69 d.C.
Vitélio - reinou apenas em 69 d. C.
Vespasiano - reinou de 69 a 79 d. C.
Tito - reinou de 79 a 81 d. C.
Domiciano - reinou de 81 a 96 d. C.

Não há dúvidas de que João pretendia dizer que as 7 cabeças eram os 7 reis. Porém, é menos certo a que reis ele se referia. Júlio César não tinha oficialmente o título de "imperador". Augusto foi o primeiro a usar esse título. Assim sendo, devemos começar a contar a partir de Augusto. Galba, Oto e Vitélio eram apenas pretendentes e deveriam ser omitifos pois os três não reinaram mais de um ano e meio.

V. 11 Começando com Augusto e omitindo Galba, Oto e Vitélio, a contagem ficaria assim:

1. Augusto
2. Tibério
3. Calígula
4. Cláudio
5. Nero
6. Vespasiano
7. Tito
8. Domiciano

Vamos agora justificar as palavras de João:

Cinco reis já caíram (já reinaram ou já passaram) - Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero
Um rei existe (reina, está no poder) - Vespasiano
Ainda não é vindo (não veio ainda e reinará por pouco tempo) - Tito
O oitavo (faz parte dos sete) - Domiciano

Domiciano faz parte dos sete porque é considerado o Nero reencarnado ou um rei igual a Nero ou até pior, pois foi muito cruel. Nera era a Besta que era e não é mais.

Alguns comentaristas rejeitam a abordagem, tentando identificar os sete reis. Dizem que João usou o SETE no sentido de plenitude e não literalmente.

V. 12 - Os dez reis simbolizados pelos 10 chifres são dez reis que ainda não receberam o reino e quando receberem, eles reinarão por pouco tempo. Terão o mesmo objetivo e se acoplarão a favor da Besta. É provável que sejam governantes de reinos que não são controlados por Roma e as sugestões para identificá-los são numerosas. VV. 12 e 13.

V. 14 Estes reis se juntam à Besta para lutar contra o Cordeiro, tornam-se bestiais, mas são vencidos e destruídos, porque o Cordeiro é Senhor dos senhores e Rei dos reis. Os Seus seguidores não são oportunistas terrenos, mas são os chamados, os eleitos e fiéis.

V. 15 No primeiro versículo desse texto, João nos apresenta Roma sentada sobre muitas águas e agora ele explica que estas águas simbolizam povos, multidões, nações e línguas; mostrando a grande influência que tinha, a maior parte do mundo era subserviente a ela.

A mulher deste capítulo 17 simboliza Roma. Ela era amante da Besta e recebe o seu poder durante algum tempo; tanto da Besta quanto de sua corte maligna.

V. 16 Os dez reis e a Besta vão se voltar contra a mulher. As alianças entre eles foram alicerçadas no mal, são débeis. Os aliados se voltam uns contra os outrs e se tornam inimigos.

V. 16 A luxuosa vestimenta da mulher não existirá mais. Os aliados a deixarão desolada e nua como acontece com as prostitutas quando os seus amantes se enchem delas.

V. 16 Comerão as suas carnes e a queimarão a fogo, isto é, destrição total através do fogo comandada pelos invasores (Jeremias 0.25 - Miquéias 3.3 e Sofonias 3.3).

A Assíria e a Babilônia invadiram Israel por cobiça e sede de poder, mas Deus permitiu como punição pela sua desobediência aos Mandamentos de Deus.

V. 17 A queda de Roma foi resultado do ódio das pessoas de sua própria laia (a Besta e os 10 reis), mas Deus permitiu por ela ter perseguido os cristãos e não ter ouvido os reiterados apelos de arrependimento, conversão, confissão, obediência, dependência.

O homem colhe o que semeia, pois Deus não se deixa escarnecer. Roma se aliara à Besta, desfrutou da vantagem temporária, mas depois a Besta voltou-se contra Roma e a destruiu, embora ela também será levada a julgamento.

V. 18 Roma é Babilônia e Babilônia e Babel e Babel é símbolo de homens pecadores por edificar uma torre que toque o Céu, para apossar-se de Deus. Babel estava cheia de orgulho, procurava tomar Deus pela força, adora este mundo, vive sem Deus e em completa confusão.

O papel da Besta da terra era empregar um domínio pseudo-religioso sobre as pessoas como meio de exercer poder. Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma perpetuaram o erro de Babel e os Estados modernos continuam. Todos eles dependiam e dependem do tipo errado de poder, sofrem de orgulho e egoísmo desenfreado e pensam que alcançaram o auge.
João predisse a queda de tudo isso.

Temos visto muitos seguidores da Besta prosperarem: carros, sítios, fazendas, animais, imóveis, dinheiro, mulheres, influências, amizades, relacionamentos. De repente, há uma queda vertiginosa, tudo se acaba e muitos se tornam um trapo humano; financeira, moral, social e psicologicamente falando. Os que se convertem ao Cristianismo contam horrores pelos quais passaram antes de se entregarem a Jesus (rituais, obrigações, escravidão, baixaria), porém os que ainda não se entregaram a Jesus vivem sofrendo hostiliades, apertos, dores, lamentações e inanição como se fugissem de uma guerra ou de uma seca com os olhos fundos dentro das órbitas e a pele desbotada sobre o corpo esquelético, cansado, atormentado e zanzando pelo mundo afora.... Faz pena. São criaturas de Deus, pelas quais Jesus morreu e pelas quais devemos ter paixão... Paixão por suas almas. Por isso mesmo que devemos continuar pregando o amor de Deus revelado em Jesus Cristo até o último momento, pois enquanto há vida, há esperança de mudança e salvação dessas almas.